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Artigos

  • Objetivo nacional

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/10/2006

    Em dias de tédio forçado por motivo de saúde, andei relendo o livro de Fraga Iribarne, "Un Objetivo Nacional", traduzido por Carlos Lacerda e escrito nos primeiros anos após a morte do generalíssimo Franco e a restauração da monarquia na Espanha, na qual o autor foi um dos ministros e mais tarde governador da Galícia.

  • O livro em cena

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 16/09/2006

    Foi uma idéia das mais felizes - e que se realizou pela terceira vez, em Curitiba - o evento intitulado "Livro em Cena", promovido pelo Colégio Decisivo. Nas magníficas instalações da Estação Embratel Convention Center, na capital paranaense, 1.400 pessoas aplaudiram com muita ênfase as apresentações de membros da Academia Brasileira de Letras, fazendo a análise de escritores de nomeada e que costumam ser citados nos vestibulares. A idéia nasceu com Carlos Heitor Cony.Quem não conhecer particularidades da obra de Ariano Suassuna, por exemplo, está fadado ao insucesso. Desta feita, a análise foi feita do seu clássico O santo e a porca, com o esclarecimento inicial de que o animal referido não é exatamente a fêmea do porco, mas sim um cofrinho de madeira, onde o personagem principal costumava guardar por anos as suas economias, muitas das quais referentes a salários não pagos aos seus funcionários. Coisas bem típicas do simbolismo praticado pelo autor paraibano.Outro desafio foi a lembrança do premiado O pagador de promessas, de Dias Gomes, autor baiano com muito sucesso no Rio de Janeiro - e que morreu precocemente em desastre de automóvel. O ex-marido da campeã Janet Clair adotou uma linha realista como gênero literário. Brilhou na TV, onde o seu "O bem amado" deixou história, com o paradigmático prefeito Odorico Paraguaçu ("vamos deixar de entretantos e partir para os finalmentes"). Na ocasião de discussão em torno dessa obra de grande repercussão, lembramos suas semelhanças com o clássico "O coronel e o lobisomem", de outro renomado acadêmico da nossa literatura: José Cândido de Carvalho. O curioso é que a ambiência deste último é a cidade de Campos dos Goytacazes, enquanto o escritor baiano criou uma cidade fictícia, que pode ter se situado no interior do seu Estado. Pura coincidência? Vamos deixar que corra essa versão mais cômoda.Nélida Piñon falou, a pedido dos diretores Índio do Brasil e Jacir Venturini, a respeito de D.Casmurro, uma das maiores obras de Machado de Assis, e o pequeno mas consistente livro de José de Alencar intitulado Como e porque sou romancista. É um texto que nasceu como folhetim, num jornal do Rio, mas que sintetiza tudo o que deve conhecer um candidato a escritor, com pendores para o romance. Por essa razão, Alencar é considerado o pai do romance brasileiro. Foi muito aplaudida, como sempre, pelo seu poder de síntese e a forma apaixonada como se refere è literatura brasileira, sendo ela uma das nossas autoras mais conhecidas lá fora, detentora de vários prêmios, especialmente no mundo hispânico.O professor Juarez Poletto, mestre querido de Literatura dos alunos do Colégio Decisivo, deu a sua colaboração, arrancando aplausos dos alunos por sua magnífica análise crítica de Leão de Chácara e Muitas Vozes. Depois do almoço foi a vez do acadêmico e jornalista Cícero Sandroni, hoje Secretário Geral da ABL. Discorreu com muita propriedade sobre Memórias de um Sargento de Milícias e Terras do Sem Fim.Como fecho de ouro, Lygia Fagundes Telles. Tem um enorme prestígio no Paraná. Falou sobre Meus Poemas Preferidos e Seminário dos Ratos. Explicou, de forma pessoal, todos os meandros da sua original construção literária. Quando terminou o seu tempo, foi ovacionada. Uma bela e proveitosa ocasião, rara, diga-se de passagem, para a necessária interação aluno-professor.

  • O livro em cena

    O Estado do Maranhão (São Luís ), em 07/09/2006

    Foi uma idéia das mais felizes - e que se realizou pela terceira vez, em Curitiba - o evento intitulado “Livro em Cena”, promovido pelo Colégio Decisivo. Nas magníficas instalações da Estação Embratel Convention Center, na capital paranaense, 1.400 pessoas aplaudiram com muita ênfase as apresentações de membros da Academia Brasileira de Letras, fazendo a análise de escritores de nomeada e que costumam ser citados nos vestibulares. A idéia nasceu com Carlos Heitor Cony.

  • Massacres e guerras

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/07/2006

    O recente massacre de 13 pessoas que teriam ligações com bandos criminosos, notadamente o PCC, demonstra mais uma vez a fragilidade de algumas de nossas instituições mais importantes -a Justiça e a polícia.

  • Ovo frito

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/06/2006

    A maioria não gostou do uniforme do Brasil contra o Japão -a camisa amarela e o calção branco. Uma combinação estranha, admito. A menos que o Vaticano (cujas cores oficiais são as mesmas) decida entrar na Fifa, o visual brasileiro do último jogo me agradou bastante. Chegou a dar movimentação maior à seleção, que, na realidade, muito se movimentou em campo.

  • Os limites do futuro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/06/2006

    "Como serei quando tiver 64 anos?", perguntou um jovem nos anos 60, quando estava com tudo à sua frente, o sucesso, a fortuna, a vida inteira, enfim. Esse jovem está fazendo agora 64 anos e, se teve sucesso em sua vida, foi quase um fracasso em prever o seu futuro.

  • Dinheiro e sangue

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/06/2006

    Esforço meritório, mas parece que inútil, o do deputado Fernando Gabeira em levar adiante a CPI que investigará o escândalo das ambulâncias. Meritório porque o Congresso precisava fazer alguma coisa para apurar as denúncias que envolvem alguns de seus membros. Inútil porque, apesar da seriedade de Gabeira e de outros congressistas em apurar os fatos, o tempo e o modo fatalmente impedirão que os trabalhos da comissão cheguem a um resultado que puna os culpados.

  • A mídia derrotada

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/06/2006

    A pesquisa mais recente, divulgada na última semana, tem sido interpretada de diversos modos e intenções. O crescimento da popularidade de Lula e da aceitação de seu governo não deixa de provocar um exame de consciência nos profissionais da mídia, alguns deles acreditando que a imprensa, em geral, é o quarto poder.

  • Momento de verdade

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/06/2006

    O torcedor brasileiro está condenado a se preocupar com Ronaldo, um fenômeno em vários sentidos, desde suas atuações no passado até aos casos que vem criando ou que criam com ele. Conseguiu uma unanimidade durante o jogo contra a Croácia: foi o pior, o mais lamentável jogador em campo. Antes disso, ocupou a mídia com suas bolhas nos pés e sua resposta malcriada ao presidente Lula, que muitos acharam oportuna e muitos acharam despropositada. Afinal, a forma física dele é indisfarçável: está gordo e, em campo, o excesso de peso é visível para um cego de nascença.

  • Esquadras e tropas de choque

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 15/06/2006

    Fiquei espantado com a indignação geral causada pela depredação da Câmara. Foi unânime a consideração de que se tratava de um ato de "vandalismo". Do presidente da República ao mais insignificante escriba da praça, todos falaram em vandalismo.Acontece que os vândalos são de outros tempos, tempos antigos, e tinham motivações em geral guerreiras, saqueavam cidades indefesas, matavam, roubavam, incendiavam, estupravam, eram realmente vândalos e se diferenciavam de outros guerreiros, que, mesmo lutando, não ultrapassavam certos limites.O episódio da semana passada remete a um tipo de vandalismo mais recente e letal. Lembra as arruaças promovidas pelos nazistas na Alemanha antes da subida de Hitler ao governo e, na Itália, quando Mussolini queria arrancar alguma medida fascista que aumentasse o seu poder. Um e outro botavam nas ruas suas tropas de choque, assustando a sociedade e agredindo a ordem vigente. Só pararam quando a ordem vigente foi a deles, o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália. A partir de então, os mesmos arruaceiros eram os vigilantes da nova ordem.Longe de mim atribuir a Lula qualquer nexo com Hitler ou Mussolini. Mas seu partido, engolfado na onda de corrupção inédita na história dos partidos nacionais, sempre teve uma conotação totalitária, de conseguir seus objetivos na marra, na base do pau. E, em alguns casos, até mesmo em episódios suspeitos que terminaram em mortes.Lula não precisa das "squadre" fascistas nem de "SS" nazistas para se reeleger. Mas o programa de salvação nacional, sobre o qual fez sua carreira até chegar lá, vem motivando não apenas a corrupção desenfreada mas a violência, que, lá atrás, muito lá atrás, era a dos vândalos e, mais recentemente, a dos nazistas e fascistas.

  • A boa nova

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 14/06/2006

    Pelo que me lembre, nunca houve evento internacional tão badalado quanto a atual Copa do Mundo. Os atentados de 11 de setembro de 2001 também ocuparam a mídia de todo o mundo, mas foi um acontecimento inesperado e com seqüelas que ainda não acabaram. É evidente que não se pode fazer uma comparação de valor entre os dois eventos. Fico apenas na enxurrada de palavras e de imagens que ambos geraram e continuam gerando.

  • O mapa da mina

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 13/06/2006

    Já foi dito diversas vezes que o brasileiro, que não é mais cordial como os sociólogos pensavam, é capaz de inventar o círculo quadrado ou dar nó em pingo d'água. A inventiva nacional é farta e abundante. E acho que está em processo uma nova proeza, inédita na história universal: a ditadura democrática.

  • Herói ou mártir?

    Folha de S.Paulo (São Paulo), em 01/05/2006

    Impressionantes as fotos da agonia de Che Guevara, trucidado barbaramente em 1967 pela turma da "inteligência" do Estado Maior boliviano.

  • A infância da Terra

    Folha de S.Paulo (São Paulo), em 26/04/2006

    Leio em revista científica que o planeta Marte, em sua infância, foi habitável, ou seja, tinha um tipo de vida mais ou menos, pior ou melhor, como o nosso. Hoje, como sabemos, Marte é um cadáver que rola insepulto no espaço. Há vestígios, segundo se crê, de canais, obras supostamente planejadas e criadas por seres articulados como o homem, tal como o conhecemos.