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Artigos

  • A culpa dos mensageiros

    Jornal do Commercio (RJ), em 20/11/2008

    Houve época em que os reis mais chegados à tirania mandavam cortar a língua dos mensageiros que traziam más notícias para o reino. Era um processo que julgavam eficaz para cortar o mal pela raiz.

  • A hipoteca social

    Folha de S. Paulo (SP), em 18/11/2008

    RIO DE JANEIRO - No recente encontro de Lula com Bento XVI, no Vaticano, o presidente brasileiro sugeriu que o Papa, em suas mensagens públicas, fizesse algum comentário referente à crise econômica e financeira que o mundo atravessa. Ignoro o que Bento XVI respondeu. É possível que tenha agradecido a sugestão, dado o caráter cordial e protocolar da visita.

  • Números redondos

    Jornal do Commercio (RJ), em 17/11/2008

    Li não sei onde que o mundo vai realmente acabar quando o sol se apagar, daqui a exatos cinco bilhões de anos. Ignoro como chegaram a esse cálculo. Minha modesta calculadora não chega a tantos dígitos. Em todo o caso, a previsão baseada na ciência é mais confiável do que a profecia de Nostradamus, que mais uma vez pisou na bola, insinuando que iríamos todos para o beleléu na passagem do século 20.

  • Ação, reflexão, romance e cinema

    Folha de S. Paulo (SP), em 14/11/2008

    O GÊNERO romance tem duas vertentes básicas: a ação e a reflexão. Nada impede que o romance de ação contenha reflexão ("Guerra e Paz", "O Vermelho e o Negro", quase toda a obra de Zola, Balzac, Hemingway etc.). E também não impede que o romance de reflexão tenha ação "Gulliver", "Montanha Mágica", quase todo o Machado de Assis, quase toda a ficção de Sartre, Camus etc.).

  • Goiabada

    Jornal do Commercio (RJ), em 11/11/2008

    Goiabada tinha cara de goiabada mesmo. Fica difícil explicar o que seja uma cara de goiabada, mas qualquer pessoa que se defrontava com ele, mesmo que nada dissesse, constataria em foro íntimo que Goiabada tinha cara de goiabada.

  • Banco Imobiliário

    Jornal do Commercio (RJ), em 06/11/2008

    Não sei se ainda existe, mas sou do tempo em que havia um joguinho de dados chamado Banco Imobiliário. Distribuíam-se notas simbólicas de dinheiro entre cinco ou seis participantes e cada um ia atirando os dados num tabuleiro onde estavam marcados os hospitais, escolas, hotéis, restaurantes, usinas, ferrovias, aeroportos, navios, minas disso e daquilo etc.

  • O poeta das Gálias

    Jornal do Commercio (RJ), em 04/11/2008

    Comparado ao Império Romano em seus tempos de glória, os Estados Unidos mudam hoje o comando da guarda e o resto do mundo acompanha com interesse (ou preocupação) o novo esquema de poder que de certa forma contaminará a economia mundial. Tal como no tempo dos imperadores de Roma, havia e há províncias esparsas que contestavam e contestam o poder e a glória dos Césares de plantão.

  • O preço da democracia

    Folha de S. Paulo (SP), em 02/11/2008

    RIO DE JANEIRO - Não me dei ao respeito de acompanhar a complicada e dispendiosa sucessão presidencial dos Estados Unidos. Ao contrário da mídia internacional, que se empolgou desde cedo com a possibilidade do candidato Obama sair vitorioso na próxima terça-feira, preferi ficar na minha, com ocupações e preocupações de um alienado assumido.

  • Dificuldades

    Jornal do Commercio (RJ), em 30/10/2008

    Nunca antes, o atual governo deu mostras de estar embananado com uma crise econômica que a princípio negou e agora admite como grave e inédita. Grave também, sem ser inédita, é a medida provisória que transita no Congresso, com apoio sistemático da base governista e pesadas críticas da oposição. Tudo nos conformes, cada facção fazendo a sua parte.

  • O voto que não dei

    Jornal do Commercio (RJ), em 28/10/2008

    Péssimo cidadão que sempre fui, não cumpri o chamado "cívico dever" de votar no último domingo. Votaria nos dois candidatos a prefeito que se apresentaram ao eleitorado carioca, mas a lei proibiria este gesto de solidariedade e reconhecimento. Meu voto seria anulado. Queimando etapas, preferi ficar em casa.

  • Um exemplo

    Folha de S. Paulo (SP), em 26/10/2008

    RIO DE JANEIRO - Refletindo a comoção pública, e de certo modo a incentivando, a televisão, o rádio e a mídia em geral deram minuciosa cobertura do seqüestro e morte da menina Eloá – vítima de um crime passional que por coincidência provocaria outros casos iguais.

  • Arthur Sendas

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/10/2008

    Ninguém me pediu, mas gostaria de dar um depoimento sobre Arthur Sendas, assassinado nesta semana e cuja morte abalou a cidade, sendo ele apenas um empresário cujo nome se tornou conhecido e respeitado por todos.

  • Dois candidatos

    Jornal do Commercio (RJ), em 21/10/2008

    Não sei como as coisas andam em São Paulo a propósito do segundo turno das eleições municipais. Parece que houve baixaria das grossas, com a candidata do PT pondo em questão a vida pessoal do adversário, que, por sinal, está em primeiro lugar nas pesquisas.

  • A cara da América

    Folha de S. Paulo (SP), em 12/10/2008

    RIO DE JANEIRO - Resisti até agora a cometer qualquer tipo de comentário a propósito das próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos. E se agora o faço, é de forma oblíqua, marginal, pior do que superficial. Desde que uma certa senhora foi indicada para vice-presidente na chapa dos Republicanos, a mídia internacional, em peso, caiu em cima dela, satanizando-a, promovendo a até então desconhecida governadora do Alasca ao papel de besta negra da vez.

  • Um filho sem mãe

    Jornal do Commercio (RJ), em 09/10/2008

    Tinha de acontecer comigo. Em ida banal a uma repartição para revalidar um documento, preenchi um cadastro que me exigia a filiação. Nunca tive problemas nesse quesito. Escrevi o nome dos meus pais como sempre os escrevi. O funcionário que me atendeu tirou de uma pasta um outro documento e engrossou: