Fatos e fotos
Muitos, quase todos nós, ficamos chocados com as fotos do cadáver de Kaddafi divulgadas pela mídia mundial.
Muitos, quase todos nós, ficamos chocados com as fotos do cadáver de Kaddafi divulgadas pela mídia mundial.
"No meu tempo, já existiam velhos, mas poucos." A frase de Machado de Assis nos leva a supor que havia mais velhos quando ele próprio se tornou um velho. E hoje, muito mais ainda, embora os manuais de redação recomendem que não se fale mais em "velhos", mas em "idosos".
Aconteceu com Saddam Hussein, Bin Laden e, agora, com Kadafi. Líderes importantes, como Obama, declararam que o mundo ficou melhor sem eles. É possível. Numa das perseguições aos cristãos durante o Império Romano, um dos Césares mandou erguer uma coluna que até hoje existe, declarando que não havia mais cristão na face da Terra e que o mundo seria melhor.
Éramos primos e da mesma idade, tinha pavor dela. Sua mania era me morder no rosto, eu era bochechudo e acho que isso a atraía. Quando vinha passar dias em nossa casa, eu vivia escondido nos fundos do imenso quintal onde o pai criava galinhas. Era um horror quando nos encontrávamos. Ela vinha diretamente em cima de mim, os dentes cerrados, como uma bruxa mirim.
Dezembro de 1997 - Estou reescrevendo "O Ventre", meu primeiro livro. Não esperei que a Companhia das Letras me mandasse o disquete, pedi que Flavinha digitasse o texto da sexta edição (Civilização Brasileira) e comecei a mexer fundo. No início, timidamente, depois fundamente. Sem alterar a história e o clima, estou fazendo, em termos de linguagem, um novo livro.
Quase dez meses de novo governo e a impressão que nos dá é a de um corpo gigantesco (o Estado em si), mas sem alma. Não chega a ser culpa exclusiva de dona Dilma, que faz o que pode, repetindo nos muitos pronunciamentos de agora os mesmos temas de sua campanha eleitoral.
A campanha contra a corrupção, tão necessária e urgente, tem um defeito: falta-lhe um rosto. Ou melhor: a corrupção tem tantos rostos que dificulta a identificação do tumor. Com frequência quase diária, surgem novos e ressurgem velhos nomes, de tal maneira amontoados que o protesto ou a indignação do cidadão se dispersa numa compreensível e impotente generalidade.
Nascida e moradora do Uruguai, era dona de terras, gado, imóveis em várias cidades europeias, frigoríficos e um navio refrigerado para transportar carne e frutas para diversos países.
Foi feito pela mão do homem, ao contrário da Lagoa, que foi feita pela mão de Deus. É Senhor do Rio. Não chega a ser um objeto de culto, não pertence a nenhuma religião específica, embora tenha o visual e o nome do fundador de uma delas.
"Verdi è morto!" -a saga de Bertolucci "1900" começa com os italianos, apavorados, gritando pelas ruas que o autor de "Aida" tinha morrido. O que seria da Itália sem o seu grande compositor?
Participei, mais ou menos por acaso, de um debate com outros jornalistas tendo como tema a retrospectiva do ano que acaba. Nenhuma novidade nisso. Todos os anos, antes mesmo de haver imprensa, desocupados de vários feitios e intenções faziam o mesmo, como se fossem árbitros da história, o "Petronius arbiter" dos romanos.
No seu último dia de governo, JK preparou-se para ir à cerimônia de posse do novo presidente, Jânio Quadros. Não ocupava mais o palácio, mas uma suíte do Hotel Nacional. Contemplava a cidade que inaugurara havia pouco. Estava em silêncio, sozinho, fazendo hora para deixar ao mesmo tempo o governo e a sua obra.
Engrena a ré e ajeita o carro dentro da garagem. Tudo sairá bem. A mulher distrairá as crianças enquanto ele abrirá a mala do automóvel e apanhará os presentes miúdos, aqueles que ficaram para a última hora.
Tempos natalinos provocam mão de obra suplementar em nosso cotidiano. Somos obrigados às confraternizações, aos votos de boas-festas, a dar e a receber presentes, um saco.
Você pode estar apreciando um pôr do sol a 12 mil metros de altitude, nuvens lá embaixo, o brilho metálico da asa do seu avião, a eficiência calma e monótona dos reatores.