Dilma bolada
Não há nada mais conhecido do submundo dos clandestinos do que esse sistema de se comunicar com outra pessoa por email sem ser rastreado, utilizado por Monica Moura e a então presidente Dilma agora denunciado pela marqueteira.
Não há nada mais conhecido do submundo dos clandestinos do que esse sistema de se comunicar com outra pessoa por email sem ser rastreado, utilizado por Monica Moura e a então presidente Dilma agora denunciado pela marqueteira.
Há tantas possibilidades de provas nos depoimentos dos marqueteiros João Santana e Monica Moura que não é exagero dizer que a ex-presidente Dilma corre o risco de ser presa por obstrução da Justiça a qualquer momento, em prisão preventiva decorrente da investigação policial que foi desencadeada a partir dos relatos agora liberados para divulgação.
Nem bem os militantes lulistas comemoravam uma suposta superioridade do ex-presidente sobre o Juiz Sérgio Moro no seu depoimento em Curitiba, novas delações surgem, liberadas pelo relator da Lava Jato no Supremo ministro Edson Fachin, para acabar com a enganosa sensação de vitória da véspera. São declarações divulgadas pelo STF, não vazadas para a imprensa.
O ex-presidente Lula chega hoje diante do Juiz Sérgio Moro em Curitiba com uma série de derrotas em recursos ao Tribunal Regional Federal da 4 Região, e com um ambiente político francamente desfavorável. A reação das forças policiais contra os militantes que tentaram desobedecer a ordem judicial de não acampar nas imediações do local onde se dará a audiência colocou a opinião pública local contra Lula e seus seguidores.
A defesa do ex-presidente Lula continua utilizando todos os meios a seu alcance para polemizar com o Juiz Sérgio Moro, que vem tendo atitudes que abrem caminho para eventual derrota em recurso judiciais.
Transformar o depoimento do ex-presidente Lula ao Juiz Sérgio Moro nesta semana em Curitiba em uma guerra entre dois poderes políticos é ajudar a interpretação de que a Justiça persegue Lula com objetivos que nada têm a ver com corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, crime contra a Administração Pública, tráfico de influência e obstrução da Justiça, todos esses crimes de que ele é acusado em diversos processos.
De duas, uma: ou todo mundo resolveu contar a mesma história só para incriminar Lula, ou o ex-presidente era mesmo o "chefe, o grande chefe, o nine”, identificado, como revelou ontem o ex-dirigente da Petrobras Renato Duque, por um movimento passando a mão na barba. Somente com uma santa ingenuidade é possível ainda acreditar que Lula não sabia de nada, não tinha nada com o que acontecia na Petrobras e em outros setores do Estado brasileiro pilhado pela máquina petista e seus aliados.
Diante da ofensiva da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) contra as prisões preventivas da Operação Lava-Jato, o Juiz Sérgio Moro aproveitou seu despacho na Operação Asfixia para teorizar sobre a importância delas no sucesso das investigações do esquema criminoso de corrupção na Petrobras.
A decisão do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) ministro Luiz Edson Fachin de encaminhar para o plenário a análise sobre o recurso do habeas corpus que negou ao ex-ministro Antonio Palocci é uma resposta regimental à maioria que se formara na Segunda Turma.
Estamos diante de um embate decisivo para o futuro da Operação Lava Jato: juízes de primeira instância contra o Supremo Tribunal Federal. As prisões preventivas que até agora vinham funcionando como uma demonstração de eficiência da Justiça contra criminosos de colarinho branco, fossem políticos ou empresários, passaram, a ser contestadas por uma maioria formada na Segunda Turma do Supremo.
Muito mais do que as manifestações sindicais de sexta-feira e ontem, 1 de maio, a pesquisa do Datafolha que mostra o ex-presidente Lula à frente da corrida presidencial tem capacidade de influir na decisão de deputados e senadores sobre as reformas trabalhista e da Previdência.
Os quase 14 milhões de desempregados que o país tem hoje, segundo o IBGE, não nasceram de ontem para hoje, são fruto de um governo desastroso que colocou o país na maior recessão já registrada. Três anos seguidos de PIB negativo não se resolvem sem muito sacrifício.
A greve de ontem, que antes de ser “geral” foi mais um imenso protesto de sindicatos e associações de classe, pode ter sido um sucesso do ponto de vista classista, mas não houve indicações de adesão popular às causas prioritárias do movimento, contra as reformas trabalhista e previdenciária.
Se, como muitos desconfiam, a intenção dos senadores ao aprovar em primeiro turno o fim do foro privilegiado em todos os níveis, com exceção dos presidentes dos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – foi fazer o Supremo Tribunal Federal (STF) retirar de sua pauta de maio o tema e ganhar tempo, para controlar o processo decisório, a estratégia não vai dar certo.
Não é mera figura de retórica classificar o dia de ontem no Senado de histórico, não apenas pela importância das matérias aprovadas, mas, sobretudo, pelo que motivou tal aprovação. Se não fosse a pressão da opinião pública, não teria sido aprovada a lei contra o abuso de autoridade na forma em que foi.