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Artigos

  • O gato e o rato

    Durante a última guerra mundial, como em qualquer guerra, havia um lado certo e outro errado. O lado mau colocava minas no mar, os navios do lado bom batiam nelas e afundavam. Mas o pessoal do bem encontrou um modo de evitar as minas do mal e elas ficaram inúteis.

  • "Eu" - O monossílabo que fala

    Está sendo comemorado o primeiro centenário da publicação de um dos livros mais importantes (e estranhos) de nossa literatura. Digo "primeiro centenário" porque certamente haverá um segundo e sei lá se um terceiro. Vale dizer: considero o "Eu", de Augusto dos Anjos, ao mesmo tempo em que é a obra mais controvertida de nossas letras, é também, no campo específico da poesia, uma das mais reeditadas desde 1912.

  • O sentido das palavras

    "Até nas flores se encontra a diferença da sorte: umas enfeitam a vida, outras enfeitam a morte." Esse poema se aprendia nas escolas do passado. Hoje, a diferença da sorte atinge até mesmo os partidos políticos, que podem ser resumidos em situação e oposição.

  • Memórias de um sobrevivente

    Com este título, a Nova Fronteira está lançando um novo livro de Arnaldo Niskier, com o subtítulo "A Verdadeira História da Ascensão e Queda da Manchete". É o terceiro livro que, em menos de quatro anos, evoca um dos homens mais complexos do seu tempo: Adolpho Bloch.

  • 'Capo di tutti i capi'

    Não entendi. Marcos Valério, principal personagem envolvido no mensalão, segundo uma revista lançada na última semana, atribui a Lula toda a responsabilidade moral e operacional do escândalo, que é realmente um dos maiores de nossa história.

  • Imprensa, poder e força

    "Nos meios jornalísticos é costume apontar a imprensa como um 'grande poder' dentro do Estado. É verdade que é imensa a sua importância atual. Dificilmente se pode avaliar todo o seu prestígio. Na realidade, a sua missão é de continuar a educação do povo até uma idade avançada.

  • Poluição visual

    É com respeito e admiração que ouso discordar, em parte, do texto de Paula Cesarino Costa publicado neste mesmo canto da página A2. Com bom estilo e excelente argumentação, ela aprova o projeto carioca do museu a céu aberto, bolação de nossas autoridades municipais para integrar obras de arte no dia a dia da cidade.

  • Astros e ostras

    Retorno a um assunto que abordei recentemente: a necessidade de um aprimoramento da democracia representativa. Agora mesmo, uma pesquisa feita no Ceará e publicada num jornal de Fortaleza revela que mais de 70% dos eleitores já foram abordados por candidatos e seus cabos eleitorais que ofereceram dinheiro em troca de votos. Desse total, uma porcentagem significativa topou a oferta.

  • Autran Dourado

    No último domingo, morreu Waldomiro Autran Dourado, mineiro, 86 anos, nascido em Patos de Minas, autor de uma obra que vem sendo estudada, aqui e no exterior, apesar de sua discrição, que o tornou privilégio de poucos, na medida em que se dedicou quase integralmente ao ofício de escritor. Dono de um estilo inconfundível mais uma técnica do que um estilo, não cortejou a popularidade nem fez parte de grupos, isolando-se em seus contos e romances como o artista que foi.

  • Marco Túlio Cícero

    Ignorante em política e em direito, mesmo assim me atrevo a dar um palpite: o PT não será o mesmo depois do julgamento no STF, que ainda não terminou. Falta o segundo tempo e o escore está na base do 3x1 a favor da condenação da maioria dos réus ou corréus --palavra que acabei de aprender e tenciono usar daqui em diante para designar não o Zé Dirceu ou o Zé Genoino, mas a humanidade inteira, na qual, a contragosto me incluo.

  • O dilúvio da corrupção

    Teremos hoje, pelo menos assim está programado, o segundo tempo do complicado debate no Supremo Tribunal Federal, cujo placar é de 3 x 1 pela condenação da maioria dos réus da chamada ação penal 470, também conhecida como mensalão. Além do prognóstico que cada um faça sobre o resultado final, acredito que duas conclusões podem ser tiradas desde agora.

  • Palavras, palavras

    Aprendi alguma coisa de útil ao acompanhar os debates no STF da ação penal 470. A começar pela dicotomia do assunto, que para alguns era o mensalão e, para outros, a própria ação penal 470. A lição que aprendi, tardiamente, é a fragilidade dos sinônimos -que, em linguagem verdadeira, não existem.

  • Balas e agulhas

    Uma furadeira na mão poderia ser uma arma. O som de um pneu estoura poderia ser o de um tiro. Eram possibilidades, viraram tiros certeiros. Rafael da Silva. 17, morreu no domingo com uma bala de fuzil no pescoço quando estava no carro da mãe com cinco jovens em Cordovil, na zona norte do Rio. Policiais disseram ter ouvido um "disparo". O sargento da PM está preso. Hélio Ribeiro, 47, morreu em maio de 2010, atingido por um disparo no terraço de casa, no Andaraí, com uma furadcira na mão. Sua mulher regava as plantas. A polícia fazia uma operação na área e achou que tinha uma arma. O cabo do Bope que o matou foi absolvido.

  • O lobo mau

    Um dos motivos do nosso orgulho nacional, que o próprio Lula invocou há tempos, é que não temos vulcões nem terremotos. Nossas relações com o planeta Terra são relativamente boas, temos enchentes que não chegam ao nível de furacões. Os nossos temporais produzem vítimas e estragos, mas a culpa não chega a ser da natureza, mas da legislação e da fiscalização nas áreas de risco. As tragédias que sofremos neste setor poderiam ser minimizadas.

  • Deus seja louvado

    Querem tirar das cédulas do nosso real a breve citação carregada de ironia machadiana: "Deus seja louvado". O argumento é pífio: o Brasil é um Estado laico, qualquer alusão a divindade é uma afronta, o país tem diversas religiões e, inclusive, tem razoável porcentagem de ateus ou agnósticos de carteirinha, entre os quais o cronista se inclui, apesar de sua formação ter sido feita com valores de determinado credo.