Quarto ocupante da Cadeira 12, eleito em 30 de dezembro de 1937, na sucessão de Vítor Viana e recebido pelo Acadêmico Ataulfo de Paiva em 10 de dezembro de 1938. Recebeu o Acadêmico Roberto Simonsen.
Macedo Soares (José Carlos de Macedo Soares), político e historiador, nasceu em São Paulo, SP, em 6 de outubro de 1883, e faleceu também em São Paulo em 28 de janeiro de 1968.
Filho do Dr. José Eduardo Macedo Soares e de D. Cândida Sodré Macedo Soares, pertencentes a tradicionais famílias fluminense e paulista. Fez o curso primário na Escola Modelo Caetano de Campos e o de Humanidades no Ginásio de São Paulo, bacharelando-se em Ciências e Letras em 1901. Em 1905, formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo. Foi professor de Economia Política e Finanças no Curso Superior da Escola de Comércio Álvares Penteado, de São Paulo, e diretor do Ginásio Macedo Soares. Como industrial e diretor de múltiplas empresas, o seu nome gozou de enorme prestígio no seu Estado natal. De 1911 a 1928 fez várias viagens de estudo à Europa e aos Estados Unidos. Foi presidente da Associação Comercial de São Paulo, e como tal prestou relevantes serviços durante a revolta de 1924.
Em 1932, foi nomeado chefe da Delegação do Brasil à Conferência do Departamento e à 16ª Conferência Internacional do Trabalho, e representante do Brasil no Bureau de Administração do BIT em Genebra. Ao celebrar-se naquele ano, na Itália, o centenário de Anita Garibaldi com a inauguração do seu monumento no Janículo, Macedo Soares foi enviado a Roma, em missão especial, para representar o Brasil nas festas desse centenário, e ali pronunciou um discurso evocando os laços que ligam a Itália ao Brasil. A par do desempenho dessas missões, ocupava-se, na imprensa e em livros, dos temas diplomáticos brasileiros, de política, finanças, educação e sociologia.
Em 1933, foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte. Em julho de 1934, foi nomeado Ministro das Relações Exteriores no governo constitucional do Presidente Getúlio Vargas, deixando a pasta em 2 de janeiro de 1937. Em julho do mesmo ano foi nomeado Ministro da Justiça, ocupando o cargo até 9 de novembro.
A passagem de Macedo Soares pelo Ministério do Exterior assinalou o revigoramento da melhor tradição diplomática do Brasil, como defensor e propulsor da paz no continente e no mundo. Nas conferências que, em Buenos Aires, prepararam a solução pacífica do conflito paraguaio-boliviano do Chaco, Macedo Soares trabalhou pela colaboração do Brasil na solução do conflito. A visita do Presidente Vargas à Argentina, acompanhado do Ministro das Relações Exteriores, coroou, em memoráveis circunstâncias, a cooperação americana do Brasil.
Nomeado, em 1937, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi o responsável pela instalação e funcionamento desse órgão da administração federal. Durante muitos anos foi diretor da Liga de Defesa Nacional.
De novembro de 1945 a março de 1947, foi interventor federal no Estado de São Paulo. Nomeado novamente Ministro das Relações Exteriores, em 1955, no governo Juscelino Kubitschek, permaneceu no posto até 1958.
Membro, desde 1939, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual foi vice-presidente, presidente e presidente perpétuo; membro da Academia Internacional de Diplomacia; membro da Ordem dos Advogados de São Paulo; sócio honorário da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnografia; sócio de honra do Liceu Literário Português; membro da Academia Brasileira de Filologia e da Academia Paulista de Letras e membro da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, da qual foi presidente. Pertencia também a inúmeras instituições estrangeiras, entre as quais o Instituto Histórico y Geográfico del Uruguai, a Academia Uruguaya de Letras, a Academia Argentina de Letras, a Academia das Ciências de Lisboa, a Real Academia de História de Portugal, a Sociedade de Geografia de Lisboa e o Instituto de Coimbra. Foi presidente da Academia Brasileira de Letras em 1942 e reeleito em 1943.
Atualizado em 06/07/2016.