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O Estado brasileiro

 

Se a própria modernidade é constituída de crises, nenhuma é maior do que a que advém do tamanho do estado brasileiro, que é o de um elefante branco que tem extrema dificuldade de caminhar, apesar de toda a propaganda oficial. E quando maior, mais burocracia, mais corrupção e menos qualidade de serviço à população. Já não basta o grande número de ministérios que servem aos partidos do governo em sua insaciabilidade, há desmedidamente uma confusão entre jurisdição de poderes que não se somam.


Não é suficiente o pano de fundo do equilíbrio da economia, sustentado a custa de juros altíssimos, a enriquecer os bancos, nem a generosidade extravagante de nosso presidente ao dar empréstimos vultosos inexplicáveis à Bolívia, e mesmo recentemente a cuba, como se nadássemos num mar de prebendas, quando é o próprio chefe da Nação que nos determina ‘cortar na própria carne’.


Sofrem os enfermos por descuido da saúde, os habitantes pela míngua de segurança, os estudantes, universitários e professores pela verba curta da educação. Nem falo na cultura, com sua tutoria de abandonos, com museus despidos da mínima vigilância. O excesso de impostos que nos subjuga, não alcança suprir as necessidades de nossa gente, que care ce de um estado que cumpra os deveres previstos na Constituição. Vejam a farra dos cartões corporativos, até de seguranças.


Ou limitamos o tamanho do estado brasileiro, ou ele nos esmaga. Urge também defendermos nossas fronteiras internas e externas, valorizando os militares, seus guardiões, e que são parte do povo, no digno empenho de resguardar a soberania nacional. Como dizia Machado de Assis: “Enterramos o tempo e depois ele nos enterra.”


O Dia (RJ) 9/2/2008