ABL na mídia - Blog do Alberes Xavier - Alepe aprova inscrição de Ariano Suassuna no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco
Publicada em 21/08/2024
Publicada em 21/08/2024
Publicada em 24/07/2024
Publicada em 07/05/2024
Escreve-me um jovem físico de São Paulo. Chama-se Júlio, tem 26 anos e elogia as posições que venho tomando nesta coluna em favor do povo pobre do Brasil. Diz que, a princípio, ficou mesmo admirado por ver a Folha acolhê-las e publicá-las. Mas depois, refletindo melhor, chegou à conclusão de que, tendo eu uma visão religiosa do mundo e do homem, aquelas posições ficam todas invalidadas, porque a idéia de Deus é o principal sustentáculo do castelo de privilégios da elite econômica política, que dela se serve para manter o povo resignado diante de todas as desigualdades e injustiças.
Em 1990, quando tomei posse de minha cadeira na Academia Brasileira de Letras, agi de modo a ligar o mais possível a cerimônia, o uniforme, o colar e a espada aos rituais de festa do nosso povo. Eu lera, de Gandhi, uma frase que me impressionou profundamente. Dizia ele que um indiano verdadeiro e sincero, mas pertencente a uma das classes mais poderosas de seu país, não deveria nunca vestir uma roupa feita pelos ingleses. Primeiro, porque estaria se acumpliciando com os invasores. Depois, porque, com isso, tiraria das mulheres pobres da Índia um dos poucos mercados de trabalho que ainda lhes restavam.