Pedro Luís (Pedro Luís Pereira de Sousa), advogado, jornalista, político, orador e poeta, nasceu em 13 de dezembro de 1839, em Araruama, RJ, e faleceu em Bananal, SP, em 16 de julho de 1884. É o patrono da cadeira n. 31 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Luís Guimarães Júnior.
Educou-se em Nova Friburgo, no Colégio de S. Vicente de Paulo. Diplomado pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1860, estabeleceu-se como advogado no Rio de Janeiro, sendo também advogado no Conselho de Dom Pedro II. Na política filiou-se ao Partido Liberal. Deputado em duas legislaturas (1864-1866 e 1878-1881), revelou-se um orador fluentíssimo. Foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1880), acumulando a pasta dos Negócios da Agricultura, quando faleceu o conselheiro Buarque de Macedo. Nesse período teve como funcionário Machado de Assis. Não alcançando ser reeleito deputado, por ocasião de dissolução da Câmara, o conselheiro Pedro Luís resignou do cargo de ministro. Em 1882, foi presidente da Província da Bahia. Acenava-lhe a política com um lugar no Senado, mas veio a falecer, aos 43 anos. Entre outras condecorações, era titular da Legião de Honra e grande dignitário da Ordem da Rosa.
Sua curta existência foi absorvida pela atividade política. Mas teve tempo bastante para firmar-se como poeta de cunho social e político, colocado entre os condoreiros, precursor de Castro Alves, cujo poema “Deusa incruenta”, o poema da imprensa, é uma antítese à “Terribilis Dea”, que a Guerra do Paraguai inspirou a Pedro Luís. Dele disse José Veríssimo:
“Também ele foi um poeta brilhante, o precursor da inspiração política e social e do que depois se chamou Condoreirismo na nossa poesia, político de relevo, jornalista, conversador agradabilíssimo, segundo quantos o trataram, e homem do mundo, de rara sedução. Deixou meia dúzia de poemas, os melhores no tom épico (“Os voluntários da morte”, “Terribilis Dea”), que todo o Brasil conheceu, recitou e admirou. Mas a sua obra dispersa, de mero diletante, se lhe criou um nome meio lendário como os de José Bonifácio e Francisco Otaviano, não basta a assegurar-lhe um posto de primeira ordem na nossa poesia.” E João Ribeiro, depois de chamá-lo “glorioso precursor de Castro Alves e da poesia hugoana no Brasil, pelas suas feições épicas e patrióticas”, aludiu à sua lírica: “Sei agora que ele nem sempre fora altiloquente e sabia murmurar com a suavidade de um Petrarca.”