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Os ditos institutos de pesquisa

 

As recentes eleições mostraram mais uma vez ao povo brasileiro que os institutos de pesquisa devem ser abolidos, já que se tornaram, por vários exemplos, prejudiciais, não só influenciando os eleitores, como apresentando dados falhos, além de serem manipuladores da opinião pública, podendo ser instrumentos perniciosos do poder, conforme os seus interesses.


No Globo, saído dois dias depois das eleições, há uma reportagem assinada pelo jornalista Gilberto Scofield Jr. Sob o título: “Especialistas criticam erros de pesquisas”. E o prof. Marco Aurélio Villa, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos, assevera, peremptoriamente, o que é nosso parecer: “É preciso discutir a oportunidade de divulgação de pesquisas com erros graves de metodologia, porque as campanhas, os eleitores e a própria mídia se pautam por elas, o que pode influenciar artificialmente o voto (...) Podem influenciar o resultado” – acrescenta adiante – “especialmente em disputas mais apertadas”. E coincidentemente favorecem, em regra, o poder central.


Outro fator importante e pouco avaliado é o imenso número de votos nulos, que revelam – não só a revolta da população com a  escolha dos candidatos como também a dificuldade ocasionada com as novas regras para a votação. Ou a exigência de levar “cola” para as urnas, quando atrás delas, privadamente, deveria estar o cartaz com o número e o nome dos candidatos. E não vejo o motivo das várias novas regras, num voto que é obrigatório, sendo o título eleitoral totalmente inócuo. Em vez de facilitar o povo, dificultou.


Ou mais, andamos perplexos de como o nobre Presidente da República sem deixar o cargo de Primeiro Magistrado da Nação, faz  aberta propaganda por sua candidata, à revelia e todos aceitam, passivamente, talvez por estar acima de qualquer suspeita e acima da lei. Essa é apenas para nós, os que estamos neste lacrimoso vale? Dizia Castro Alves, tão atual: “ Silêncio, Musa! Chora, chora tanto, / Que o pavilhão se lave no teu pranto!”


Diário da Manhã (GO), 7/10/2010