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A mãe do povo

 

Dilma Rousseff é uma pessoa simples e afável. Essa foi a impressão que me deu, ao conhecê-la. Tem uma folha de serviços respeitável no governo Lula e quando secretária no Rio Grande do Sul, mas não é mãe do povo, nem será, como afirma, nem minha mãe, que já tive a minha, insubstituível e faleceu. Penso que se encontra entre as estrelas do firmamento. Nem quero mais mãe alguma, que me basta a vida com sua ternura ou furor, basta a sorte de cada dia, basta a luta de sobrevivência.


 Nem a pátria é mãe, prefiro-a como esposa, amante, conselheira do futuro. E nem isso – pois a carga tributária deste país é tamanha que nos esmaga e nada tem de pai.

Mãe, tive uma só e foi quem me pariu e me embalou em seus braços, ou me amamentou. Seu nome era Mafalda. Sob a sua sombra frutífera, provava de inefável alegria.


Não nos enganemos. Esse modelo patriarcal político e tantas vezes demagógico que nos rendeu, e ao povo, tantos dissabores e decepções, está ultrapassado, já morreu de intempérie e não cabe a ninguém, muito menos à candidata Dilma, ressuscitar .


Nem acredito que Serra seja pai do povo. Nem Lula. E a Bolsa-Família, arrimo de sua popularidade, não ensina o povo a se sustentar, nem impulsiona o esforço do povo a favor de um ofício que lhe dê guarida. Todos são mães ou pais de si mesmos. E basta.


 Diário da manhã (GO), 30/9/2010