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Artigos

  • O filósofo da esperança

    Correio da Manhã, em 12/09/2021

    Tarcísio Padilha, filósofo e professor vitimado pela covid-19, aos 93 anos de idade, foi, indiscutivelmente, um homem culto. Demostrou isso no convívio desde 1991, na Academia Brasileira de Letras. Tive o privilégio de recepcioná-lo na Casa de Machado de Assis.

    A lembrança do pensador francês Louis Lavelle marcou o nosso primeiro encontro. Estávamos no ano de 1955 e ele defendia, no auditório do Instituto Lafayette, a cátedra de História da Filosofia da faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da então Universidade do Distrito Federal, hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi um encontro memorável, em que o jovem candidato, então aos 27 anos de idade, ganhou a cátedra de forma brilhante. Tirou dez em todas as provas.

  • Crônicas filosóficas

    Comunità Italiana, em 19/06/2019

    O meu afeto e admiração por Tarcísio Padilha não conhecem limites. Fiquei fascinado quando me deparei, já se vão muitos anos, com a tese original que dedicou a Louis Lavelle.

  • 'Coronel, coronéis' após 40 anos

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 28/12/2005

    A complexidade do Brasil não lhe nega a unidade em que língua e religião reforçam o tecido do país. Assim, a palavra Nordeste vinca seu perfil numa identidade forte e, por vezes, fagueira, a nos mostrar um Brasil plantado no solo, onde é marcante a presença de um humanismo próprio, como a dizer que os avanços da tecnologia não nasceram para desmentir o que há de humano no homem. A poeira das caatingas do solo nordestino nos fala ao imaginário e à consciência de que a realidade jamais se cristaliza, mas desliza nas conversas ao pé do ouvido. É certo que o folclore nos dá conta das tradições que por lá campeiam, mas tudo feito de leveza e de comunicação. O ruído das vozes cantantes, as cantigas improvisadas, as danças regionais, as manifestações religiosas estão a revelar uma inegável especificidade.

  • Réquiem para Dom Lucas

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro- RJ) em, em 17/09/2002

    Há dois anos, dia 9 de julho de 2000, recebi uma das minhas primeiras missões na ABL, que foi justamente a de representá-la, e ao seu então presidente, o Acadêmico Tarcísio Padilha, nas comemorações do Jubileu da Ordenação Sacerdotal de Dom Lucas Moreira Neves, realizadas na sua cidade natal de São João del Rey. Quando lá cheguei, a convite de D. Risoleta, participei de um jantar, no Solar de Tancredo Neves, oferecido por Dom Lucas a um grupo de cardeais brasileiros, entre os quais, Dom Eugênio Sales, Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Aloísio Lorscheider.

  • Língua portuguesa: declaração do Rio

    O Globo - Rio de Janeiro - RJ,, em 14/05/2000

    A lusofonia, graças à epopéia descobridora lusíada, abrange os seguintes países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, sem falar em Timor Leste. Como a língua portuguesa é usada hoje por 205 milhões de falantes de várias zonas geográficas, vivendo situações históricas diversas, o intercâmbio lingüístico configura um elemento precioso de vivificação e rejuvenescimento do acervo lingüístico comum.

  • Prioridade cultural

    Jornal do Comércio - Rio de Janeiro - RJ,, em 22/03/2000

    No dia 14 de julho de 1998,a Academia Brasileira da Letras recebeu a visita de confrades da Académie Française, à qual sempre esteve ligada por profundos laços culturais. O então secretário perpétuo da congênere gaulesa, o escritor Maurice Druon, abandonou momentaneamente o texto de seu discurso para propor aos colegas brasileiros a criação do prêmio da Latinidade, a ser conferido pelas duas academias a um escritor de uma das línguas latinas. A acolhida foi imediata e plena.

  • A língua ameaçada

    A língua portuguesa vem ultimamente merecendo destaque especial. E, agora, ganhou as manchetes graças à aprovação de projeto de lei, por uma das comissões da Câmara dos Deputados. Na versão original, o texto previa a aplicação até de penas pecuniárias a quem se valesse de palavras ou expressões estrangeiras, quando houvesse equivalente em nosso idioma. No frigir dos ovos, prevaleceu a tese de que outra lei fixaria punições às transgressões lingüísticas, com sanções de caráter administrativo.

  • O adeus da ABL a Barbosa Lima

    Integridade e coerência sintetizam o longo e profícuo percurso existencial do acadêmico e jornalista Barbosa Lima Sobrinho. O País inteiro lhe pranteia a ausência, porque sabe que os pais da pátria, como ele, lastreiam a nacionalidade e lhe asseguram a perpetuidade pela palavra e pela ação. Ao longo do tempo histórico, registra-se a presença de uns tantos homens que emergiram do anonimato e deram o seu grande recado, mercê de toda uma vida devotada à causa nacional.

  • Da disciplinaridade para a transdisciplinaridade: uma proposta pedagógica

    A universidade está em crise de identidade, e sempre estará. Este futuro aparentemente sem saída é precisamente o seu único caminho a trilhar. Isto porque a vida universitária vive e respira a atmosfera do questionamento. E jamais devemos temer a dúvida metódica. Questionar é afastar de vez o fantasma do dogmatismo, das verdades feitas a serem apenas assimiladas pelos espíritos superficiais. A consistência intelectual pressupõe a contínua busca de sentido que sempre foge ao primeiro olhar inquiridor e, muita vez, não se deixa entremostrar à avidez legitima de quantos se entregam à aventura de viver perigosamente.

  • Sessão Solene de Recepção à Acadêmica Ana Maria Machado

    Vossa presença entre nós, hoje, é o consectário natural e mesmo obrigatório de um percurso pleno de afirmação literária da mais alta qualidade que, de há muito, transpôs nossas fronteiras. Esta é a vossa casa, que sempre amastes como se evidenciou em vosso discurso na festa de aniversário da  ABL, quando, neste mesmo salão nobre, recebestes há dois anos o prêmio maior desta Academia, o prêmio Machado de Assis.