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Artigos

  • São Brás

    Em 1996, publiquei neste mesmo espaço a crônica que hoje transcrevo em homenagem a uma data que nunca esqueço. Confusão de última hora, agravada pelo calor que consegue embrutecer os mais brutos, não comemorei na última quinta-feira, 3 de fevereiro, o dia de São Brás, epíscopo e mártir, tido e havido como protetor dos males da garganta. Não conheço do santo a biografia, daí não saber por que há séculos seu nome é invocado na hora das sufocações, dos catarros, das espinhas de peixe e ossos de galinha que ficam encravados naquilo que os prosadores quinhentistas chamavam de “guelras”.

  • À sombra das pirâmides

    Aproveitando o gancho do Cairo, que continua na berlinda, semana passada lembrei a cena que nunca esqueço: um soldado egípcio, mutilado numa das guerras da região, abraçou-se às pernas de Ezer Weizman, ministro da Defesa de Israel, que assinaria o acordo de paz com o Egito. Outra cena que me ficou na memória deu-se à sombra das pirâmides. Ao contrário de Napoleão, passei um vexame que foi contemplado por 4.000 anos de história.

  • Outros tempos

    Passando pela avenida Atlântica, vi um helicóptero descer na praia, numa operação que me pareceu de treinamento. Lembrei-me de Juscelino Kubitschek. No dia seguinte ao de sua posse, às 7h30 da manhã, ele desceu em frente ao Copacabana Palace. Sem qualquer combinação prévia, foi buscar Richard Nixon, vice-presidente dos EUA, que viera para as solenidades que terminaram com uma recepção no Itamaraty.

  • Reynaldo Jardim

    Nascemos no mesmo ano. E no mesmo dia, mês e ano começamos a trabalhar juntos na Rádio Jornal do Brasil, inicialmente como redatores de textos de publicidade e programas especiais. A PRF-4 era então uma emissora de médio porte, dez quilowatts na antena, e seu perfil quase exclusivamente clássico. Seu forte era o gênero lírico, transmitia óperas inteiras nas melhores gravações da época. Foi instalado um transmissor de 50 quilowats, dando maior potência à rádio.

  • A esfinge

    Tudo bem: a história guardará o movimento popular no Cairo que, sem quase derramamento de sangue nem depredações consideráveis, derrubou 30 anos de poder do ditador local. Não houve ataque à Bastilha nem invasão do Palácio do Inverno, como em outros feitos revolucionários.

  • Ronaldo

    Poucas vezes a mídia, a nacional e a internacional, deu tanta e tamanha cobertura ao pendurar das chuteiras de um jogador de futebol. Alguma coisa funcionou na declaração de Ronaldo que mexeu com o sentimento que foi além do fato esportivo em si.

  • Orquestra e coro

    Primeira viagem oficial da presidente Dilma, a Sergipe, e o anúncio de um novo ministério que vai se somar aos 37 já existentes, que ela herdou da administração passada. O gigantismo do Executivo torna-se suspeito.

  • Moacyr Scliar

    Ao longo de muitos anos no ofício, raríssimas vezes comentei os livros lançados no mercado editorial. Não faz muito, abri uma exceção para Moacyr Scliar, escrevi sobre seu último romance, "Eu vos abraço, milhões". Partindo de um verso de Schiller na "Ode à alegria", o mesmo poema que Beethoven aproveitou para compor sua "Nona Sinfonia", ele contou a história de uma geração atraída pelas conquistas sociais do comunismo romântico que se espalhou pelo mundo após a revolução soviética de 19l7. A mesma geração que mais tarde de desencantou e se arrependeu de ter queimado o "Dom Casmurro" -um "romance burguês para burgueses". Uma geração que não  chegou a ser perdida, como o próprio Scliar nunca se perdeu em sua honesta e brilhante trajetória humana e intelectual.

  • Negros e brancos

    Fernando Pamplona tinha razão ao pedir uma cota de negros, não para as universidades, mas para as escolas de samba do Rio de Janeiro. Nos últimos carnavais, mais da metade dos integrantes eram brancos, alguns deles bronzeados pelo sol deste verão acachapante, outros artificialmente, como a maioria dos destaques.

  • O melhor do Carnaval

    Pinço um trecho da crônica que o Artur Xexéo publicou ontem no jornal "O Globo": "Se estivéssemos no tempo em que se conhecia o Carnaval pela cobertura da revista "Manchete", certamente o King Kong seria um dos maiores destaques".

  • S.Exa.,o leitor

    Deus é testemunha de que nada tenho contra os leitores. Pelo contrário, se não existissem esses seres abnegados, não haveria livros nem jornais, e eu teria morrido de fome há anos.

  • Crises e história

    Muita gente reclama da mesmice dos Carnavais, das festas programadas como o Natal, acha tudo monótono, repetitivo, sacal. De minha parte, tolero com boa vontade este tipo de chatice prevista nos calendários, guardando o meu tédio para outros tipos de evento, em especial, para as crises da nossa política.

  • A grande pergunta

    Já aconteceu diversas vezes. Convidam-me para uma palestra, oferecem-me um tema, providenciam hotel e passagens, os auditórios, uns pelos outros, ficam cheios de gente querendo saber coisas. Mal informada, acha que sei alguma coisa.