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Artigos

  • Paixão pela palavra

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 18/05/2004

    Realiza a Academia Brasileira de Letras, nas ocasiões oportunas, sessões de efemérides, dedicadas a datas referentes a antigos acadêmicos. Um dos que tiveram sua memória homenageada este mês foi Alberto de Oliveira. Nasceu o poeta quando o Brasil autônomo completava 35 anos de idade.

  • A herança de Rosa

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 11/05/2004

    Dentro de dois anos comemoraremos o cinqüentenário do lançamento de "Grande sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. Deverá a data ser lembrada em ciclos de conferências e seminários sobre o livro e a dimensão da obra rosiana como um todo no contexto da cultura brasileira. Haverá também uma nova edição do romance, com estudos e análises.

  • A magia de um romance

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 04/05/2004

    Com a força de uma tempestade, abre Nélida Piñon um horizonte novo em sua obra e na própria ficção brasileira de nosso tempo. Com "Vozes do deserto" - romance inteiriço, como talhado em pedra - promove a romancista um ritmo de narrativa diferente em que, por exemplo, não há um só diálogo. Contudo, todos os incidentes da história parecem consistir num só diálogo.

  • Nietzsche no século XXI

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 27/04/2004

    Morto há mais de um século, continua Nietzsche sendo ainda motivo de escândalo, no sentido de que ele não nos deixa em paz e, por outro lado, nem nós deixamos sua memória sossegada. Parece que não nos contentamos com o que ele escreveu e exigimos que nos diga mais, que se explique e nos explique. Sentimos que ele nos abriu uma porta, mas não permitiu que entrássemos. Tendo sido ao mesmo tempo filósofo e poeta, diante de sua obra somos levados a querer mais, e só ele nos poderia saciar esta sede.

  • Presença de Adonias

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 20/04/2004

    Os recentes 40 anos do lançamento do romance de Adonias Filho. "Corpo vivo", sua obra-prima, não obtiveram espaço na imprensa de agora, preocupada, como é natural, com o ano de 2004. Contudo eu vos digo que nesse livro está um momento de eternidade da ficção brasileira. Num país que sente a atração da novidade, novíssimo continua sendo o tipo de narrativa de Adonias Filho, inventor de um tempo.

  • Beleza é verdade

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 13/04/2004

    Começo por uma citação de Baudelaire, que escreveu o seguinte na primeira página de seus "Pétits poèmes en prose", dirigindo-se a seu amigo Arsène Houssaye:

  • Um mestre do romance

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 23/03/2004

    Este mestre é Manuel Antonio de Almeida, que escreveu uma obra-prima aos 21 anos de sua idade e deixou de existir aos 30.

  • Graham Greene: cem anos

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 17/03/2004

    Está a Inglaterra comemorando o centenário de nascimento de Graham Greene, com a costumeira série de artigos sobre a obra do autor e reedições de seus livros. Para Greene, convertido ao catolicismo quando tinha 22 anos, o pecado era o maior dos males.

  • Euclides e a palavra

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro) em, em 09/03/2004

    Foi na palavra e com a palavra que o bicho homem saiu de sua normal animalidade para pensar e analisar o mundo que o circundava. Desde o começo da linguagem falada, a palavra entrou na memória e criou um signo específico para ajudar na preservação de coisas antigas. Na base de tudo estava ela, como ainda está. Quanto mais a quantidade real de palavras possamos ter armazenado, estaremos aprendendo a raciocinar e argumentar com mais clareza.

  • Presença de Martin Heidegger

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) em, em 03/03/2004

    A presença de Martin Heidegger na filosofia deste século obrigou o homem de nossa época a alterar posições e a repensar diretrizes. Se o existencialismo de Kierkeggard possuía o caráter de uma angústia intensamente exprimida (e talvez por isso mesmo o fosse mais existencialista), faltava-lhe um ''método'' para que suas idéias se enfeixassem num verdadeiro sistema filosófico. Para o pensamento de Kierkeggard não havia necessidade de serem erguidos sistemas. Para Heidegger, no entanto, era necessário, antes dos primeiros passos, o estabelecimento de um ''método'' que pudesse culminar num sistema de pensamento. Daí, inclusive, a necessidade de inventar uma terminologia, de criar palavras próprias, capazes de exprimir o que sabe existir de novo em seu esforço filosofante.

  • Presença de Laudelino

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 18/02/2004

    A beleza do idioma de Portugal e do Brasil teve pouquíssimos cultores que a realçassem com o amor, a competência, o conhecimento da matéria e a constância de Laudelino Freire. À língua portuguesa dedicou ele o seu tempo de vida, a sua inteligência, o seu bom gosto, o seu senso de ritmo. Servia a ela, com a inteireza de um apaixonado lúcido.

  • Condição de mulher

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro) em, em 04/02/2004

    Muitas mansões tem a ficção, e em todas pode estar uma obra de arte. Nem sempre o romance e o conto se manifestam simplesmente como contadores de histórias, embora esta seja uma de suas mais altas prerrogativas. Existe a ficção percuciente, a que penetra no chão das emoções primitivas e não admite meias medidas no julgamento de seus personagens, a começar pelo retrato que possa traçar de si mesma, isto é, da história narrada e ao mesmo tempo daquele ou daquela que se responsabiliza pela narração. Assim vejo os contos de Beyla Genauer em seus três livros de páginas também confessionais.

  • De sargento a coronel

    Tribuna da Imprensa - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 21/01/2004

    Dentre as datas literárias de 2004, este se apresenta, na realidade, como o ano de José Cândido de Carvalho. Nascido em 1914, chegaria agora aos noventa anos. Sua obra-prima, "O coronel e o lobisomem", saiu em 1964 - há quarenta anos, portanto. E ele morreu, em 1989 - há 15 anos. São três datas "redondas", no sentido de comemoráveis. É o que diz, em nota prévia, a escritora Lourdes May, que escreveu um livro, "Vida e obra de José Cândido de Carvalho", a sair este ano.

  • O vil metal

    Tribuna da Imprensa - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 14/01/2004

    Já se definiu a "Comédia humana", de Balzac, ao longo de seus noventa e sete romances, como sendo uma narrativa cujos personagens estão sempre na iminência de ganhar ou perder um milhão de francos. É que a filosofia adotada então pelos franceses, depois de um período de terror e depois dos gloriosos, mas devastadores, dias imperiais de Napoleão, levara o país a ingressar numa fase de sua história que veio a se chamar de Restauração e cujo lema foi dado no discurso de um ministro que, diante de uma platéia entusiasmada, aconselhou: "enrichessez-vous!" Esse "enriquecei-vos" foi o lema da França até que o país perdeu a guerra contra a Prússia em 1870.

  • O natal no Brasil

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 23/12/2003

    Tem o Natal no Brasil, como festa popular, uma tradição de alegria pelo nascimento do Menino, em festejos que foram registrados por estudiosos de nossos costumes que se curvaram sobre o modo de o povo demonstrar seu regozijo nesse período. Entre os autores dessas pesquisas estão Luís da Câmara Cascudo em vários de seus livros, principalmente no "Dicionário do folclore brasileiro", Manuel Quirino em "A Bahia de outrora", Adelino Brandão em "Recortes de folclore", Théo Brandão em "O auto dos caboclinhos" e Sílvio Romero em "Cantos populares do Brasil".