Sem legenda
O presidente Bolsonaro, cujos atos estrambóticos levaram o país à desmoralização internacional, é o tipo político que chega ao governo central do país como consequência de uma disfunção eventual da democracia.
O presidente Bolsonaro, cujos atos estrambóticos levaram o país à desmoralização internacional, é o tipo político que chega ao governo central do país como consequência de uma disfunção eventual da democracia.
A semana da CPI da COVID pode reservar surpresas, porque a verdade que o governo tenta encobrir já é do conhecimento de todos.
A instalação da CPI da COVID-19 trouxe à discussão, de maneira colateral, um problema brasileiro que talvez tenha no deputado Bonifácio de Andrada, de Minas Gerais, que morreu em janeiro, um exemplo radical.
É formidável que uma pessoa de 90 anos, como Fernando Henrique Cardoso, continue em atividade e tenha influência no país.
Que o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro Fabio Wajngarten mentiu na CPI da Covid, disso não há dúvida.
A investigação da CPI sobre a ação do governo na pandemia só tende a piorar e a cada momento que mais gente vai falando por lá, vemos que perdemos quase um ano com as vacinas.
O esquema de desviar verbas através de emendas do Congresso, já usado em governos anteriores, como no escândalo dos “anões do Orçamento”, se repete agora de outra maneira, demonstrando como a criatividade dos corruptos é infindável.
O esquema de desviar verbas através de emendas do Congresso, já usado pelos “anões do orçamento” e que se repete agora de outra maneira, mostra como a criatividade dos corruptos é grande.
O formidável Tim Maia eternizou uma máxima brasileira que demonstra como, entre nós, o paradoxal acaba sendo normalizado, às vezes em decorrência de uma afabilidade presumida.
Pelos depoimentos até agora na CPI da COVID, está muito claro que Bolsonaro trabalhou contra a ciência, defendeu e ainda defende o uso de remédios sem nenhuma efetividade para a COVID e retardou a compra das vacinas.
Por mais que o Exército faça para se distanciar de Bolsonaro, o presidente faz questão de incluí-lo em suas ameaças, voltando a confrontos institucionais que já o colocaram em desacordo anteriormente com o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva e o ex-comandante do Exército e general Edson Pujol.
O presidente Bolsonaro está claramente a perigo, se sentindo acuado pelos relatos que estão surgindo na CPI da COVID.
‘É verdade que o Renan é muito amigo do Lula?’, teria perguntado o presidente Bolsonaro ao ex-presidente José Sarney, para quem bateu continência na entrada e na saída, em respeito a quem, como ele é, já foi comandante em chefe das Forças Armadas.
Nesses depoimentos, o que mais se ouve são duas palavras: liderança e governança.
Além do erro primário de ter deixado para comprar vacinas de última hora, ficando exposto à vontade do vendedor e do mercado mundial, o Palácio do Planalto, justamente por desdenhar a vacinação em massa como solução para a pandemia de Covid-19, deixou de planejar ações, não apenas de logística, mas também geopolíticas, que nos levaram a ser um país pária num mundo globalizado, quer queiram os Bolsonaros da vida ou não.