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Fragmentos e preconceitos

 

Albert Einstein adverte, lucidamente, que “é mais fácil desintegrar o átomo do que o preconceito de uma pessoa”.

E ele sofreu o fato de ser judeu e gênio. Porque, leitores, não há preconceito apenas pela cor da pele, mas até pela cor dos sonhos, pela cor da alma, pela cor de nossa crença, o que nos honra e levamos como marca na testa deste mundo que, na ferocidade, volta ao reino animal ou ao estágio, com as calamidades que nos cercam, de antes da civilização.

Ou talvez haja outra civilização nascendo dos escombros da peste. Ou um avivamento que avivente as almas.

Mas há a intolerância ou falta de civilidade, que avança até na política, sem haver respeito às diferenças de religião ou credo.

Ou mesmo por alguns que alegam, ostensivamente proteger ou lutar pelos direitos humanos, quando a censura é subterrânea, a pior, que não permite defesa.

Mas não se surpreendam, hoje, a perseguição alcança também aos intelectuais e à inteligência, como se tivessem que ser caçados por pensar ou sentir ou imaginar ou criar.

Esquecendo-se de que esses, agora quase marginalizados, são como dizia Ezra Pound, “antenas da raça.”

Vendo-se os livros, com tentativa de ser cobertos de impostos na república, tal se fossem artigos de luxo, quando nosso povo precisa cada vez mais de educação e de cultura.

A única guerra é contra a ignorância, o crime, a barbárie, a enfermidade, o mal e para a sobrevivência da paz entre poderes, em próspera democracia.

Infelizmente, temos, diante dos acontecimentos humanos, no Planeta, só fragmentos de realidade. A realidade inteira apenas se concretiza na plenitude do Espírito.

Tribuna Online, 30/08/2020