Essa publicação faz parte da coleção Série Essencial
A síntese su / realista de Bernardo Élis
O recurso à metáfora, na crítica, costuma às vezes desviar a objetividade da explicação científica, generalizando-a, sintetizando-a numa imagem que, se não for lida em profundidade, corre o risco de perder a sua possível eficácia. Daí o cuidado e, ao mesmo tempo, a tentação de se recorrer a um símile: a narrativa é como um rio, talvez o velho rio de Heráclito, o mesmo sempre diferente, histórico e a-histórico, simultaneamente.
É com essa imagem que tentamos compreender o processo de transformação da narrativa literária brasileira (conto, novela, romance, crônica) na primeira metade do século XX: um rio cultural, estirado entre as origens orais (e indiretamente escritas) de um passado colonial , luso-brasileiro, e uma foz que se alarga ou se fecha nos novos horizontes culturais [...] Gilberto Mendonça Teles