Essa publicação faz parte da coleção Série Essencial
Se ter um filho ou filha famosos pode constituir uma bênção para a maioria dos pais, não o é tanto para os também famosos. Chico Buarque, ao transcender os limites da música popular e alcançar as glórias da poesia, ofuscou um pouco o grande historiador Sérgio. O mesmo acontece com o piracicabano José de Alcântara Machado, pai do autor de Brás, Bexiga e Barra Funda. Faz-se uma busca na internet, e quase só aparece o contista. O próprio sucessor atual do Acadêmico, Ivan Junqueira, concede espaço igual, ou quase, ao filho e ao pai.
Ainda assim, o autoproclamado “paulista há quatrocentos anos”, jurista, historiador, poeta bissexto e, sem ser médico, o primeiro médico-legal leigo, por assim dizer, do Brasil, como lembrou Afrânio Peixoto, se impõe a nosso conhecimento e admiração. Formou-se na tradicional Faculdade de Direito de São Paulo, que, no dizer de Levi Carneiro, “começou a frequentar, ainda menino, para ouvir as eloquentes aulas de seu pai; de que foi aluno, professor, vice-diretor, diretor” (professor, deve-se dizer, antes dos 20 anos); líder de bancada na Assembleia Nacional Constituinte de 1933, apresentou e defendeu o projeto do Código Penal de 1941, entre muitos outros títulos que lhe dignificam a biografia. [...] Marcos Santarrita