Após dois anos de reuniões remotas devido à pandemia, a Academia Brasileira de Letras (ABL) retomou os trabalhos presenciais com a posse da Diretoria para o exercício de 2022. A cerimônia, que antes era realizada de forma simplificada, aconteceu em sessão solene no Petit Trianon, modelo inédito nos últimos anos. Durante a celebração, também foi entregue o Prêmio Machado de Assis de 2021 a Ruy Castro pelo conjunto da obra.
A nova Diretoria da ABL, que tem mandato de um ano renovável por outros três, é composta por Merval Pereira como presidente, Nélida Piñon como secretária-geral, Joaquim Falcão como primeiro-secretário, Celso Lafer como segundo-secretário e Evaldo Cabral de Mello como tesoureiro.
Segundo Merval, a gestão terá, em meio à comemoração dos 125 anos da ABL, grandes desafios. Reafirmar e reforçar o papel central da cultura na sociedade brasileira é um deles. "A Academia terá, como sempre teve, um papel relevante no país neste ano. Nós temos o importante papel da defesa da cultura brasileira num momento em que a cultura está muito maltratada. E também mais uma tarefa: lutar pela liberdade de expressão e contra a censura."
Merval ocupa a cadeira 31 desde setembro de 2011, foi eleito presidente em dezembro de 2021. Em seu discurso de posse, ele ressaltou a solidez da Academia Brasileira de Letras em momentos de cenário crítico -nacional e internacionalmente- como o atual.
"A ABL não é a casa do não. É a casa do sim, da aproximação, da concórdia, do entendimento. É a casa que sabe que a cultura ajuda a fortalecer uma nação. Esperamos que essa nova quadra das nossas vidas seja o tempo da reconstrução."
Grande parte dos imortais empossados participaram do evento, além dos cinco novos membros da academia ainda não empossados: a atriz Fernanda Montenegro e o cantor Gilberto Gil, o advogado José Paulo Cavalcanti, o economista Eduardo Giannetti e o médico Paulo Niemeyer.
10/03/2022
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