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Cleonice Berardinelli no terceiro episódio do podcast da ABL

 

Depois de Lygia Fagundes Telles e Rachel de Queiroz, agora é a Cleonice Berardinelli que conta sua história no podcast “Conversas Imortais, parceira da ABL com o Estúdio Novelo, que pode ser escutada no canal do youtube da ABL e nos principais aplicativos de áudio, como Spotify, Amazon Music e Deezer, entre outros. Escute pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=t9dEjXuEZZg&list=PLTiS_hpoRW5iQY-H9kOBgUGJBSy1191cW&index=2

Cleonice conta que viveu rodeada pela arte, mas foi fisgada pelo ofício da educação na sua infância. Para Dona Cléo, como era conhecida, ensinar também era uma forma de transformar o mundo. Tornou-se uma das maiores pesquisadoras de Literatura Portuguesa no Brasil. Em 2009, foi eleita para a cadeira de número 8 da Academia Brasileira de Letras.

Sua relação com a escrita começou muito cedo, quando era ainda era apenas uma criança:

“Por volta dos 4 anos, eu comecei a querer ler as coisas e mamãe contava que era uma latinha de canela. Eu pegava e começava a perguntar que letras eram aquelas e comecei a juntar as letras e a juntar e ler as palavras e logo me interessei, então me deram livrinhos e comecei a ler, então aos 4 anos eu lia segundo os pais que são corujas, eu lia bastante bem”, contou.

No episódio, Cleonice conta que tem grande afeição pelo escritor português José Saramago:

“Engraçado, eu não tive nem o primeiro embate que todos têm com aquela maneira de não pontuar quase de fazer as linhas maciças e etc. Eu acho que como eu sempre fui, antes de ser professora de literatura portuguesa, fui professora de português, eu me habituei a explicar os alunos, a estudar análise, a analisar os textos, a analisar as frases. Então acho que a falta da pontuação não era uma falta para mim porque eu pontuava automaticamente por minha conta e também porque eu gosto muito dele pessoalmente, é um amigo”, ressaltou.

Ela também fala sobre sua relação com sua música, pouco conhecida:

“Eu era absolutamente apaixonada pela música. Continua a ser uma paixão platônica, mas era uma paixão realmente correspondida, porque eu tocava piano e tinha um grande professor que era o Óscar Lorenzo Fernandes. Eu era aluna dele até os 18 anos e um dia ele me veio dizer que tinha acabado de fundar o Conservatório Brasileiro de Música”.

Sobre o podcast

“Conversas Imortais” compila, em cada episódio, trechos dos depoimentos de vida que os Acadêmicos gravam quando se elegem, que fazem parte do arquivo Múcio Leão. Alguns deles têm mais de quatro horas, que foram editados para 40, 50 minutos, onde se ouve o melhor de cada depoimento daqueles que marcaram a literatura e a cultura no Brasil e se conhece melhor suas influências, opiniões, gostos e até mesmo algumas excentricidades. E aí se entende por que a memória e o legado dessas pessoas continuam imortais.

No primeiro episódio, Lygia Fagundes Telles contou histórias de sua infância, do relacionamento conturbado com o pai jogador que perdeu todo o dinheiro da família, falou de seus livros, da militância política na Faculdade de Direito, “único curso que não ensinava matemática”, da amizade com Rachel de Queiroz e de sua entrada na ABL.

No segundo episódio, é possível conferir algumas curiosidades de Rachel de Queiroz, que foi também escritora de contos de terror, e de trágicos assassinatos.

31/10/2024