Morre, aos 98 anos, a Acadêmica e escritora Lygia Fagundes Telles
Publicada em 03/04/2022
A Academia Brasileira de Letras realizou nesta quinta-feira, 7 de abril, às 16h, a Sessão da Saudade de uma das maiores representantes da literatura brasileira, a Acadêmica e escritora Lygia Fagundes Telles. A Acadêmica faleceu devido a causas naturais, aos 98 anos, no dia 3 de abril, em São Paulo. É considerada uma das grandes referências no pós-modernismo, tendo escrito obras que abordam diversos temas. Recebeu vários prêmios ao longo da carreira, tais como o Camões (2005), Jabuti (1966, 1974 e 2001) e o Guimarães Rosa (1972), tendo contribuído para diversas áreas da cultura, com adaptações para o cinema, teatro e TV.
Devido às medidas de isolamento social, a Sessão da Saudade foi realizada no modelo híbrido. Ao fim da homenagem, o Presidente da ABL, Acadêmico Merval Pereira, declarou aberta a vaga da Cadeira nº 16.
Os interessados em se candidatar à sucessão da Cadeira nº 16 terão 30 dias para fazer suas inscrições. Findo esse prazo, o Presidente marcará a eleição para 60 dias depois.
A Acadêmica
Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo no dia 19 de abril de 1923. Foi casada com o crítico de cinema, professor e ensaísta Paulo Emílio Sales. Considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX e da história da literatura brasileira. Graduada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e, em 1939, cursou o pré-jurídico e a Escola Superior de Educação Física na mesma universidade. Além de advogada, romancista e contista, tem grande representação no pós-modernismo. Foi eleita na Academia Brasileira de Letras em 24 de outubro de 1985, na sucessão de Pedro Calmon e recebida em 12 de maio de 1987 pelo acadêmico Eduardo Portella.
Alguns de seus livros mais importantes são “Antes do Baile Verde” (1970), cujo conto que dá título ao livro recebeu o Primeiro Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na França; “As Meninas” (1973), romance que recebeu os Prêmios Jabuti, Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, e “Ficção” da Associação Paulista de Críticos de Arte; “A Disciplina do Amor” (1980) recebeu o Prêmio Jabuti e o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte. O romance “As Horas Nuas” (1989) recebeu o Prêmio Pedro Nava de Melhor Livro do Ano. A consagração definitiva veio com o Prêmio Camões, distinção maior em língua portuguesa pelo conjunto de obra, em 2005.
Foi procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até a aposentadoria, e presidente da Cinemateca Brasileira, fundada por Paulo Emílio Sales Gomes. Além da Academia Brasileira de Letras, foi membro da Academia Paulista de Letras. Participou de feiras de livros e congressos realizados não só no Brasil, mas também em Portugal, Espanha, Itália, México, Estados Unidos, França, Alemanha, República Tcheca, Canadá e Suécia, países nos quais foram publicados seus contos e romances.
Publicada em 03/04/2022