Reunindo nomes como a best-seller Priya Parker, o youtuber Felipe Castanhari e a socióloga Miriam Abramovay, o Festival LED — Luz na Educação lotou o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR) de apaixonados pelo ensino em busca de aprendizagens e trocas de experiências. Quem foi ao último dia do evento, ontem, ouviu, por exemplo, a professora e escritora da Academia Brasileira de Letras (ABL) Heloisa Buarque de Hollanda sugerindo uma mudança de termos: aluno, para ela, deveria ser chamado de parceiro.
— Aluno é uma palavra péssima. Vocês sabem o que ela significa? Aluno quer dizer aquele que não tem luz. Em vez de ‘aluno’, prefiro chamar de ‘parceiro’ — defendeu a imortal, que é coordenadora da Universidade das Quebradas. — A gente precisa do afeto na educação. Quando o professor toca o aluno, dá um abraço, a compreensão cresce na hora.
Ela participou da mesa “Borogodó cultural: uma escola chamada Brasil”, reunindo o diretor da OEI Brasil Raphael Callou e o cantor, compositor, pesquisador e escritor Russo Passapusso, que faz parte da banda BaianaSystem, com mediação de Manoel Soares, apresentador do “Encontro”, da TV Globo, e do “Papo de Segunda”, do GNT.
O festival também recebeu encontros sobre a utilização de inteligência artificial no aprendizado, protagonismo feminino na educação, ensino inclusivo de estudantes com deficiência e afrofuturismo.
— Quanto mais a gente vai aprendendo sobre o passado e descobrindo sobre nós, mais o nosso presente vai ficar preto — defendeu a pesquisadora afrofuturista e podcaster Morena Mariah, ao lado da comunicadora, modelo e ex-BBB Tina Calamba e do pianista afrofuturista Jonathan Ferr, com mediação da jornalista e apresentadora do Multishow Kenya Sade.
Encontros saudáveis
Num dos eventos mais concorridos, a mediadora de conflitos e facilitadora Priya Parker, autora do aclamado “A Arte dos Encontros” e apresentadora do podcast “Together Apart”, do New York Times, foi entrevistada pela jornalista Maju Coutinho, da TV Globo, sobre boas práticas para ressignificar espaços do dia a dia, como salas de aula, reuniões ou lives em encontros carregados de propósito.
— A pandemia nos ajudou a ver que a gente se junta para aprender, para se casar, para se enlutar pela perda de alguém. A oportunidade que temos é de pausar e pensar as formas de encontros que não funcionam e mudá-las — afirma Parker.
Desafio aceito
Realizado pela Globo e Fundação Roberto Marinho, em parceria com a plataforma Educação 360 — Conferência Internacional de Educação, da Editora Globo, o Festival LED tem patrocínio da Invest.Rio e apoio de Fundação Bradesco, Claro e Estácio. Todos os eventos foram exibidos pelo Globoplay. O canal do YouTube do GLOBO mostrou as discussões do Museu do Amanhã. Eles seguem disponíveis para quem tiver interesse em acompanhar. A programação reuniu ainda o elenco do “Saia Justa” — formado pela chef de cozinha Bela Gil; a advogada Gabriela Prioli; a cantora Larissa Luz e a jornalista Astrid Fontenelle — para conversar sobre violência escolar com a superespecialista no tema, socióloga Miriam Abramovay. No encontro, a cantora lembrou os episódios de racismo que sofreu, e Prioli notou que, mesmo como bolsista de escolas privadas, não sofreu segregação da mesma forma, já que é uma mulher branca. Miriam Abramovay, então, explicou que as violências vividas em sala de aula precisam ser identificadas de forma precisa:
— Não pode tudo ser considerado bullying. Episódios de racismo devem ser tratados de forma diferente. É preciso lembrar: racismo é crime — ressaltou.
No fim do dia, cinco jovens com boas ideias para resolver problemas concretos de escolas foram premiados no Desafio LED, apresentado por Marcos Mion. Eles dividiram uma premiação de R$ 300 mil. O júri foi composto pelo presidente da Invest.Rio, agência de atração e promoção de investimentos da prefeitura do Rio, Alexandre Vermeulen; a empreendedora e fundadora da Barkus Bia Santos; a empreendedora e fundadora da Me Poupe! Nathalia Arcuri; a pedagoga e ativista pela educação Wesla Monteiro.
19/06/2023