Começa nesta terça-feira (16) o curso Machado Quebradeiro, voltado para a formação de novos escritores nas comunidades periféricas do Rio. Parceria entre a Festa Literária das Periferias (Flup), a Universidade das Quebradas e a Academia Brasileira de Letras (ABL), o curso terá 50 alunos e aulas semanais ao longo de oito meses, tendo Machado de Assis como inspiração.
A obra e a vida do fundador da ABL serão debatidos em oficinas, palestras e seminários, em temas como “Machado Afrodescendente e periférico”, “Machado e a invenção do ser Branco no Brasil, “O Teatro Negro do Jovem Machado” e “O Machado que eu leio”.
Idealizado pela Acadêmica Heloisa Teixeira e com organização do Instituto Odeon, o curso tem como objetivo oferecer as ferramentas necessárias para que os alunos contem suas próprias histórias e expressem suas experiências de vida por meio da escrita. As aulas semanais serão realizadas na Biblioteca Rodolfo Garcia e serão comandadas por escritores como Jeferson Tenório e Geovani Martins, além de pesquisadores da obra de Machado de Assis, como Ana Flávia Magalhães Pinto e Paulo Dutra.
- A formação de novos escritores e a discussão em torno de Machado de Assis, na casa que ele fundou, por jovens da periferia e especialistas em sua obra fazem parte do objetivo da Academia Brasileira de Letras de cultivar a língua e a literatura nacional - diz o acadêmico Merval Pereira, presidente da ABL. - Junto com a FLUP e a Universidade das Quebradas, projeto criado por nossa Acadêmica Heloisa Teixeira na UFRJ, modelo de inovação na produção de conhecimento e criação artística e literária nas periferias, a ABL trata, também, de abrigar um público diversificado, ampliando a sua participação na vida cotidiana do país.
Criado em 2009 por Heloisa Teixeira e a pesquisadora Numa Ciro, a Universidade das Quebradas já recebeu mais de 500 alunos. Este ano, o programa visa não apenas a formação de novos escritores, mas também a consolidação de autores que desejam iniciar na carreira.
- O que mais a gente apontou e focou foi no sistema de troca de conhecimento, pois quando isso acontece, você também muda de perspectiva, você troca de subjetividades - diz Heloisa Teixeira. - A troca não é só de informação. Nosso projeto trabalha muito na linha do afeto, do reconhecimento, da integração entre as pessoas.
15/04/2024