Quando a Academia Brasileira de Letras foi fundada, em 1897, o mundo e o Brasil viviam grandes transformações. Criada nos moldes da Academia Francesa, a instituição propunha reunir as suas mentes mais ilustres para pensar o país, a sua língua e a sua cultura. Uma tarefa para qual a Casa de Machado de Assis continuou trabalhando desde então.
Nos últimos anos, a ABL se notabilizou pelos esforços em democratizar o seu acesso. Promoveu eventos, visitas e palestras em sua sede, no Centro do Rio. Digitalizou o seu acervo, intensificando a disponibilização de documentos. Defendeu a ciência, a liberdade e os valores democráticos.
As iniciativas renovaram sua imagem e a comunicação com o público. Em 2023, após um intervalo de 26 anos, a instituição voltou a ter um estande na Bienal do Livro do Rio, o evento preferido dos jovens leitores.
— A ABL recebe o prêmio Faz Diferença como um reconhecimento da importância da atividade cultural no país — diz Merval Pereira, presidente da Academia Brasileira de Letras desde 2021. — É um estímulo para que continuemos nosso trabalho em favor da liberdade de expressão e da diversidade cultural brasileira.
A ABL sempre recebeu em seu quadro as mais diversas tendências e saberes, do clássico à vanguarda, da medicina à religião, passando pela economia, o jornalismo e a linguística. Publicada todo trimestre pela instituição, a “Revista Brasileira” transita entre os cânones do passado e do futuro, abordando temas como os 200 anos de Independência e o avanço da inteligência artificial (IA). Aliás, o Petit Trianon, sede da ABL, passou a abrigar uma versão virtual de Machado de Assis, que responde perguntas e interage com o público com o uso de IA.
O ingresso de membros como Fernanda Montenegro e Gilberto Gil mostrou que a Academia está atenta à contribuição da cultura popular, além de abrigar entre os imortais rostos conhecidos do público. Ela também se revela cada vez mais interessada na diversidade. O seu mais recente integrante a tomar posse, o filósofo e ativista indígena Ailton Krenak, trouxe o pensamento da floresta para a instituição.
Jurados: Mànya Millen (editora assistente); Bernardo Mello Franco (colunista); Cora Rónai (colunista) e Mauro Munhoz, pela Flip (vencedora na categoria em 2022).
Matéria na íntegra: https://oglobo.globo.com/premio-faz-diferenca/noticia/2024/05/11/abl-e-premiada-com-o-faz-diferenca-na-categoria-livros.ghtml
13/05/2024