O presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira, que tomou posse em março de 2022, celebrou a sua primeira vinda à Bienal do Livro Rio como dirigente da ABL — uma das maiores guardiãs da literatura brasileira. Ao lado do jornalista Roberto D’Avila, o acadêmico se impressionou com a força do maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país. “Estou muito contente por estar aqui, de ver essa pujança, essa força do evento. Só as pessoas quererem tirar fotos diante dos livros, é verdadeiramente um bom sinal”, analisou Merval, referindo-se à fila de frequentadores do evento, que esperavam para posar diante de uma pilha de clássicos nacionais, disposta na entrada do estande da ABL, no Pavilhão Verde.
Durante a conversa, Merval Pereira indicou que a Bienal simboliza uma vitória da cultura e da democracia — dois valores defendidos pela Academia. “A ABL, como instituição, não tem partido, nem atividade política, mas tem defesa de valores”, salientou. “Um deles, fundamental para o desenvolvimento da cultura do nosso país, é a democracia. Por isso, sempre que podemos, nos manifestamos”, disse. A Bienal do Livro Rio, por vocação, é um espaço de amplificação das vozes intelectuais do Brasil, essenciais para construir um futuro mais justo e inclusivo. Merval ressaltou que sua atuação também busca essa máxima.“O papel do intelectual é atuar na frente de defesa dos valores democráticos e da liberdade de expressão, além de chamar a atenção para situações inaceitáveis”, pontuou. Instigado por Roberto D’Avila, Merval — que também é jornalista e atua como comentarista político — comentou a crescente pluralidade observada na composição da Academia Brasileira de Letras, que recentemente assimilou em seus quadros o cantor e compositor Gilberto Gil.
O jornalista ainda exaltou a presença de pessoas da cultura que não sejam diretamente ligadas à literatura em seu sentido mais formal. Sobre jornalistas, ele lembrou curiosidades das origens da ABL, fundada em 1897. “A Academia, tradicionalmente, recebe jornalistas — foi inaugurada em uma redação de revista”, disse. “O próprio Machado de Assis cobriu o Senado do Império para um diário”, lembrou.
11/09/2023