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ABL dá adeus ao jornalista na Sessão de Saudade

 

Daniela Birman e Laura Antunes

O Globo (15/08/2003)

“Adeus não é apenas uma expressão de despedida. No nosso idioma, adeus é também uma palavra de reencontro”. Com essa saudação afetuosa, o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Alberto da Costa e Silva, finalizou a Sessão de Saudade, realizada ontem à tarde, em homenagem ao jornalista Roberto Marinho, que ocupou durante dez anos a cadeira de número 39 da ABL. A solenidade em memória de Roberto Marinho, que morreu no dia 6, teve a presença da viúva, dona Lily Marinho; do filho do jornalista José Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo; e da neta Flávia Marinho.

Para acadêmico, jornalista foi um marco em seu século

Durante duas horas, os 20 acadêmicos presentes discursaram sobre a importância da vida e da obra do companheiro no cenário nacional e a saudade que deixará na ABL. Eles também leram mensagens enviadas por outros cinco acadêmicos, que não puderam comparecer. Entre os presentes no salão nobre do Palácio Petit Trianon estavam Josué Montello, Celso Furtado, João Ubaldo Ribeiro, Nélida Piñon, Arnaldo Niskier e Candido Mendes.

- Roberto Marinho não foi apenas um jornalista, que tudo sabia de seu ofício. Era um século inteiro, do qual foi profeta. Um amante da cultura, da literatura, da música e da História. Um incentivador da arte cênica, dos artistas - resumiu o acadêmico Carlos Nejar.

Para o secretário-geral da ABL, Ivan Junqueira, o jornalista foi um marco do século em que viveu:

- Foi um homem complexo, de enorme sabedoria. Um homem que praticamente atravessa todo o nosso século. Um empresário de êxito, que divide todo o século XX. Há um século XX antes e depois de Roberto Marinho. Ele foi talvez o mais imortal dentre todos os imortais.

José Roberto Marinho disse que a homenagem foi emocionante. Ele considerou a Sessão de Saudade bonita e justa.

- É sempre bom quando uma figura, que fez o que ele fez, vira um exemplo público. Acho que o Brasil está precisando de exemplos que aumentem a auto-estima das pessoas. Então, acho que papai deixa um bom exemplo nesse sentido, num momento em que o mundo está tão conturbado. Ele pode ser uma luz no caminho de muita gente - afirmou José Roberto.

Embora não tenham redigido mensagens, os acadêmicos Rachel de Queiroz, José Sarney, Miguel Reale e Eduardo Portella transmitiram pesar pela perda do colega.

 

06/06/2006 - Atualizada em 05/06/2006