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tomossíntese

Classe gramatical: 
s.f.
Definição: 

Exame de radiografia do tecido mamário para detecção de cistos, nódulos ou tumores, feito com equipamento específico (semelhante a um mamógrafo) que, por meio de raios X, gera múltiplas imagens tridimensionais de diversos ângulos de sua estrutura interna.

[Com as projeções radiográficas sequenciais da mama, é reduzida a sobreposição de tecido mamário, em comparação com a mamografia (bidimensional).]

[Há outras aplicações clínicas da tomossíntese, como imagens odontológicas, ortopédicas, entre outras.]

Exemplos de uso: 

“O exame é realizado de forma semelhante à mamografia convencional. O equipamento é o mesmo (mamógrafo que contém tubo de raios X). A mama também fica comprimida pelas placas do aparelho, com a diferença de que múltiplas imagens são obtidas com os feixes de raios X fazendo varredura em várias angulações em uma única compressão da mama, enquanto na mamografia convencional obtemos apenas uma imagem em cada incidência das mamas. O diferencial em relação à mamografia convencional é que, obtendo-se múltiplas imagens sequenciais da mama, a tomossíntese reduz a sobreposição de tecido mamário, o qual é um fator limitante da mamografia convencional ou digital. Para simplificar, consideramos que na mamografia tradicional a imagem é obtida em 2D (bidimensional), e na tomossíntese em 3D, facilitando, assim, uma avaliação com maior perspicuidade durante a reconstrução da mama.”1

“Já a tomossíntese de mama é tridimensional e funciona com o mesmo princípio da tomografia. Isso significa que são tiradas várias imagens de raios X de baixa dose da mama, de diferentes ângulos. Em seguida, elas são reconstruídas por um computador, para mostrar camadas finas da mama. Com menos estruturas de tecido sobrepostas e imagens melhores e mais precisas, a probabilidade de detectar tumores pequenos aumenta. Além disso, a dose de radiação total pode ser reduzida. ‘A técnica minimiza os efeitos da sobreposição de tecido mamário, inerente às mamografias convencionais em 2D. A sobreposição de tecido mamário pode tanto mascarar (ocultar) algumas lesões, gerando resultados falsos negativos como criar falsas lesões, gerando resultados falsos positivos e biópsias desnecessárias’, diz Marcela Balaro, coordenadora de imagem mamária do Richet Medicina & Diagnóstico e especialista em radiologia no Instituto Nacional do Câncer (Inca). No Brasil, o método já está disponível em alguns hospitais particulares, centros de diagnóstico e hospitais públicos especializados, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP (Inrad).”2

“A detecção de um câncer de mama por meio da mamografia chega a 75% de eficácia. Já outro método de diagnóstico, a tomossíntese, também conhecida como mamografia 3D, consegue aumentar a precisão para esse tipo de câncer em 15%, sendo importante aliada na detecção precoce da doença. Porém, um estudo publicado recentemente na revista científica Lancet Oncology revela que o software utilizado na análise das imagens da tomossíntese traz vantagens e desvantagens. Enquanto é possível melhorar o diagnóstico da doença – especialmente em pacientes jovens e com mamas densas –, o exame também aumenta a quantidade de resultados falsos positivos (quando a paciente é convocada novamente para fazer exames complementares com suspeita de câncer de mama, quando na verdade não tem a doença).”3

“Para a radiologista Vivian Schivartche, do CDB Medicina Diagnóstica, a superioridade nas imagens mamográficas quando se faz o uso do software é notável, mas exige, de outra parte, um aperfeiçoamento profissional para que a interpretação não deixe margem a dúvidas. A médica lembra que esse método diagnóstico permite a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precoces, quando comparada à mamografia convencional. ‘Quando a mamografia convencional [2D] é realizada isoladamente, a sobreposição de estruturas da mama pode simular lesões suspeitas, obrigando a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, ou até mesmo uma biópsia. A tomossíntese elimina a sobreposição dos tecidos. Com isso, temos melhor definição das bordas das lesões e melhor localização na mama. Permite a detecção do câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Além disso, com o uso do software, a exposição à radiação cai pela metade’, esclarece a médica.”4

“O autoexame é importante principalmente para o autoconhecimento. Mas com ele você encontra basicamente tumores com mais de um centímetro. É bom, claro, que você os encontre, mas ele não permite que você encontre algo menor do que isso ainda ‘impalpável’. Por esse motivo ele não é mais preconizado em campanhas de diagnóstico. O método que realmente vai ser efetivo no diagnóstico precoce envolve a mamografia ou a tomossíntese mamária, que devem ser feitas com regularidade.”5

“Segundo o engenheiro [Lucas Rodrigues Borges], em alguns centros médicos de países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, a tomossíntese mamária faz parte da rotina de rastreamento do câncer de mama. ‘No Brasil, a utilização da tomossíntese vem se tornando cada vez mais popular, mas em geral ela ainda é utilizada como exame complementar, ou seja, quando a mamografia convencional é inconclusiva’, afirma. O pesquisador observa que mesmo nos níveis de radiação utilizados atualmente durante o exame, os riscos associados à utilização dos raios X são extremamente baixos se comparados com os benefícios da detecção precoce do câncer. ‘A pesquisa buscou diminuí-los ainda mais, tornando mais improvável o aparecimento de novos casos de câncer devido à utilização de raios X durante o exame’, conclui.”6

“A tomossíntese é uma evolução da mamografia digital, permitindo avaliação mais acurada da mama. Vários estudos foram publicados confirmando a eficácia da tomossíntese no rastreamento do câncer de mama, pois gera aumento da taxa detecção de câncer, bem como redução do número de falsos positivos e redução da taxa de reconvocação(39-41). O Oslo Trial foi um estudo prospectivo que comparou a mamografia digital com a tomossíntese associada a mamografia digital, observando 27% de aumento na taxa de detecção de câncer no grupo com tomossíntese, assim como redução de 15% na taxa de falsos positivos, com consequente diminuição de procedimentos invasores(40). O STORM Trial comparou a mamografia digital versus a tomossíntese associada a mamografia digital em 7.292 mulheres(41). Foi observado aumento de 51% na taxa de detecção de câncer de mama com o uso da tomossíntese e redução de 17% na taxa de falsos positivos.”7

“Estudos recentes têm demonstrado a eficácia da mamografia sintetizada, que é uma nova técnica de reconstrução da mamografia digital com base nas imagens da tomossíntese. O uso da mamografia sintetizada permitiria manter os benefícios da tomossíntese, enquanto reduziria a dose de radiação quase pela metade(45). Desta forma, o CBR [Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem], a SBM [Sociedade Brasileira de Mastologia] e a Febrasgo [Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia], de acordo com a literatura disponível, consideram que a tomossíntese, com o protocolo COMBO ou associada a mamografia sintetizada, pode ser considerada para o rastreamento para o câncer de mama, quando acessível e disponível. Esses dados serão revisados em três anos.”8

1 ANDRADE, Nara Pacheco Pereira de. Como funciona a tomossíntese mamária? Portal Câncer de Mama Brasil, s.d. Disponível em: https://www.cancerdemamabrasil.com.br/como-funciona-a-tomossintese-mamaria/. Acesso em: 12 set. 2022.

2 VIDALE, Giulia. Mamografia 3D é mais eficaz no diagnóstico de câncer de mama. Veja, 6 nov. 2018. Saúde. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/mamografia-3d-e-mais-eficaz-no-diagnosti.... Acesso em: 18 set. 2022.

3

DA REDAÇÃO COM ASSESSORIAS. Tomossíntese fornece melhor diagnóstico do câncer de mama, mas também gera falsos positivos. Revista Encontro, 14 out. 2016. Saúde. Disponível em: https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2016/10/tomossintes.... Acesso em: 12 set. 2022.

Idem, ibidem.

5 FISCHBERG, Josy. ‘Diagnóstico precoce é a grande mudança’, diz especialista em câncer de mama. O Globo, 19 out. 2019. Brasil. [Entrevista com o médico Henrique Pasqualette.] Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/diagnostico-precoce-a-grande-mudanca-diz.... Acesso em: 12 set. 2022.

6 BERNARDES, Júlia. Nova técnica de processamento de imagem reduz radiação em exames de mama. Viva Bem, 18 fev. 2020. Saúde. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/02/18/nova-tecnica-.... Acesso em: 12 set. 2022.

7 URBAN, Linei Augusta Brolini Dellê; CHALA, Luciano Fernandes; BAUAB, Selma di Pace; SCHAEFER, Marcela Brisighelli; SANTOS, Radiá Pereira dos; MARANHÃO, Norma Medicis de Albuquerque; KEFALAS, Ana Lucia; KALAF, José Michel; FERREIRA, Carlos Alberto Pecci; CANELLA, Ellyete de Oliveira; PEIXOTO, João Emílio; AMORIM, Heverton Leal Ernesto de; CAMARGO JUNIOR, Helio Sebastião Amâncio de. Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para o rastreamento do câncer de mama. Radiol Bras. 2017 Jul/Ago;50(4):244–249. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rb/a/mdrskx4dDvTfVZxqkFp8ZKr/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 18 set. 2022.

8 Idemibidem.

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