Elemento químico sintético radioativo, de número atômico 113. (Símbolo: Nh.) [O nipônio foi reconhecido oficialmente pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) em dezembro de 2015, sendo seu nome e símbolo aprovados pela mesma instituição em novembro de 2016.]
[Do topônimo japonês Nippon ‘Japão’ + -io, pelo inglês nihonium. A denominação nipônio presta homenagem ao Japão, país onde o elemento foi descoberto, em especial às vítimas da catástrofe nuclear de Fucuxima, em 2011.]
“O desenvolvimento científico e tecnológico permitiu sintetizar átomos de elementos químicos não encontrados na superfície da terra, os chamados elementos artificiais, sintéticos ou transurânicos. O primeiro elemento transurânico a ser descoberto foi o neptúnio (Np), que foi formado pelo bombardeamento de urânio (U) com nêutrons num cíclotron, em 1939. Eles são produzidos com base na fusão de núcleos atômicos. Os elementos descobertos inicialmente por síntese e posteriormente na natureza são: o tecnécio (Tc, Z=43), promécio (Pm, Z=61), astato (At, Z=85), neptúnio (Np, Z=93) e o plutônio (Pu, Z=94). Contudo, esses átomos sintetizados artificialmente são instáveis e, logo que são produzidos, desintegram-se em outros átomos com núcleos mais estáveis. Os elementos 113, 115, 117 e 118 foram confirmados oficialmente pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) em dezembro de 2015. Os nomes propostos, nipônio (Nh), moscóvio (Mc), tenesso (Ts) e oganésson (Og) respectivamente, foram anunciados pela IUPAC em junho de 2016 (IUPAC).”1
“As células de multijunção mais comuns são as III-V, em que se faz referência a um ou mais elementos do grupo III da tabela periódica (boro, alumínio, gálio, índio, tálio e nipônio – ou nihônio, antigo unúntrium), em combinação com um ou mais elementos do grupo V (nitrogênio, fósforo, arsênico, antimônio, bismuto e moscóvio – antigo ununpentium).”2
“Grupos de pesquisas do GSI contribuíram entre 1998-2003 com a descoberta do nihônio (Nh, Z=113), por fusão nuclear de 209Bi com 70Zn. Nesse mesmo período grupo de pesquisa em Dubna, agora composto por americanos e russos, fez reação semelhante entre 244Pu e 48Ca. Obteve-se nesse experimento o elemento de Z=114, cujo decaimento imediato formou 1 átomo do elemento de Z =113. Infelizmente, experimentos posteriores não reproduziram esses resultados. Em 2003 o mesmo grupo de Dubna relatou a formação desse novo elemento, fruto indireto da fusão nuclear de 243Am e 48Ca. Finalmente, em 2004 pesquisadores japoneses do Riken, um centro de pesquisa na cidade de Wakõ, liderados por Kōsuke Morita (1957-) e Hiroshi Matsumoto (1942-), obtiveram-no diretamente da reação nuclear entre 209Bi e 70Zn. Esses resultados foram confirmados por pesquisadores de diferentes países, EUA, Alemanha, Suécia e China. Pesquisas posteriores confirmaram a existência desse elemento, levando a IUPAC, em 2016, [a] creditar aos japoneses o mérito da descoberta. O nome nihônio, dado posteriormente, vem de Nihon, nome do Japão em japonês. No Ocidente o nome do país é às vezes grafado como Nipon, donde se ter observado também a grafia nipônio para o elemento 113. Como se pode verificar, a obtenção dos elementos mais pesados envolveu o esforço de vários laboratórios na preparação e na identificação dessas espécies bastante fugazes.”3
“No dia 13 de julho de 2017, durante a Reunião da IUPAC que coincidiu com a 40ª Reunião da Sociedade Brasileira de Química, em São Paulo, a IUPAC ratificou os nomes em inglês de quatro novos elementos químicos, que já estavam em uso desde janeiro de 2016, que são, em português, o nipônio (Z=113), o moscóvio (Z=115), o tennesso (Z=117) e o oganessônio (Z=118). É curioso lembrar que o elemento 117 é um halogênio. Quanto ao elemento 118, trata-se de um homólogo dos gases nobres, mesmo que seja líquido ou sólido, como se especula. Em Portugal, a Academia das Ciências de Lisboa (ACL) recomendara o nome oganésson (sem a desinência io) em coerência com as terminações dos outros gases nobres naquele país, mas o nome acabou unificado como oganessônio por meio do Livro Verde da IUPAC, acordado pelos dois países.”4
CORREIA, Paulo. Nipónio, moscóvio, tenesso e oganésson. In: a folha, n. 51 – verão de 2016. Disponível em: http://ec.europa.eu/translation/portuguese/magazine/documents/folha51_pt.... Acesso em: 20 jan. 2022.
IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry. IUPAC announces the names of the elements 113, 115, 117, and 118. IUPAC, 30 nov. 2016. Disponível em: https://iupac.org/iupac-announces-the-names-of-the-elements-113-115-117-... em: 20 jan. 2022.
IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry. IUPAC is naming the four new elements nihonium, moscovium, tennessine, and oganesson. IUPAC, 8 jun. 2016. Disponível em: https://iupac.org/iupac-is-naming-the-four-new-elements-nihonium-moscovi.... Acesso em: 20 jan. 2022.
NIHONIO. In: ISTITUTO TRECCANI. Enciclopedia Treccani. Disponível em: https://www.treccani.it/enciclopedia/neologismi-scienze-naturali-e-matem.... Acesso em: 20 jan. 2022.
NIHONIO. In: REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Diccionario de la lengua española. Disponível em: https://dle.rae.es/nihonio?m=form. Acesso em: 20 jan. 2022.
NIHONIUM. In: MERRIAM-WEBSTER.COM DICTIONARY. Merriam-Webster. Disponível em: https://www.merriam-webster.com/dictionary/nihonium. Acesso em: 20 jan. 2022.
1 KAPELINSKI, Tatiana Maria. Contextualização no ensino de química: estudando a tabela periódica e os elementos metálicos através de uma sequência didática com a temática alimentação. Dissertação (Mestrado) –Instituto de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: dez. 2020. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/218971/001122773.pdf?sequen.... Acesso em: 20 jan. 2022.
2 FACULDADES CATÓLICAS & PETROGAL. O sol vai voltar amanhã: um espectro de análises sobre a energia fotovoltaica [coordenação Eloi Fernández y Fernández]. Rio de Janeiro: Lexikon, Instituto de Energia da PUC-Rio, 2020.
3 LIMA, Geraldo M. de; BARBOSA, Luiz C. A.; FILGUEIRAS, Carlos A. L. Origens e consequências da tabela periódica, a mais concisa enciclopédia criada pelo ser humano. Quím. Nova, vol. 42, n. 10, p. 1125-1145, nov. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170436. Acesso em: 20 jan. 2022.
4 Idem, ibidem.