internet das coisas

“Em 1999, Kevin Ashton do MIT [Massachusetts Institute of Technology] propôs o termo ‘Internet das Coisas’ e dez anos depois escreveu o artigo ‘A Coisa da Internet das Coisas’ para o RFID Journal. De acordo com o especialista, a rede oferecia, na época, 50 Pentabytes de dados acumulados em gravações, registros e reprodução de imagens. A limitação de tempo e da rotina fará com que as pessoas se conectem à Internet de outras maneiras. Segundo Ashton, assim, será possível acumular dados do movimento de nossos corpos com uma precisão muito maior do que as informações de hoje. Com esses registros, se conseguirá reduzir, otimizar e economizar recursos naturais e energéticos, por exemplo. Para o especialista, essa revolução será maior do que o próprio desenvolvimento do mundo online que conhecemos hoje.”¹

“Para o especialista em IoT, Braulio Carvalho, CEO de uma empresa de aplicações no ramo de ‘Internet das Coisas’, as tecnologias aplicadas em cidades inteligentes aumentam a segurança dos passageiros, permitem otimizar viagens, melhoram a qualidade do transporte e propõem melhorias de tráfego para que o trajeto seja mais confortável e rápido. ‘Um projeto importante, que traduz bem a geração de valor agregado para a população, é a disponibilização de wi-fi em uma frota com mais de 10 mil ônibus na maior metrópole do Brasil [São Paulo]. O dispositivo que implantamos é responsável por, além de conectar os passageiros, acompanhar o trajeto do veículo, a jornada do motorista e sua saúde por meio de sensores de fadiga e etilômetro, gerir os dados de telemetria do veículo (freada brusca, consumo, velocidade, desaceleração, risco de colisão), câmeras de monitoramento interno e externo e acompanhamento do tráfego’, explica Carvalho, da Denox Tecnologia.²

“A professora de Ciências da Computação da Universidade de Brasília (UnB), Priscilla Barreto, reforça que o conceito de ‘Internet das Coisas’ consiste em estender o uso da Internet para uma infinidade de dispositivos. ‘Desta forma, amplia-se enormemente a faixa de possíveis aplicações da computação em ambientes como indústria, agricultura, meio ambiente etc. Por exemplo: na agricultura e agropecuária, o uso da IoT pode propiciar eficiência na utilização de recursos como água, pesticida em plantações, e monitoramento de rebanhos; e na indústria, pode ajudar a otimizar cadeias de produção’, contou. Não são apenas as pessoas que utilizam as tecnologias da Internet e telecomunicações para se comunicar, mas também as máquinas. É aí que surge a comunicação M2M, que significa máquina a máquina (machine-to-machine). Em uma combinação da tecnologia da informação (TI) e das telecomunicações, os dados são usados para estabelecer um link entre dispositivos ou locais remotos, sistemas e pessoas. Um exemplo disso é o contador de energia elétrica. Ele pode enviar dados de consumo de uma residência direto para um computador situado na companhia elétrica; ou um sistema de rastreamento de veículos, que pode passar informações diretamente para uma central sobre a localização e velocidade de um automóvel.”³

“O primeiro uso da internet das coisas no ambiente industrial é usar sensores e conectividade para gerir remotamente uma fábrica. A Internet das Coisas pode metrificar o desempenho de equipamento e prever quando ele vai precisar de manutenção ou pode sofrer danos. Isso pode gerar uma grande economia de custos e aumento de produtividade. Softwares de gestão de dados vão poder apontar exatamente o momento em que o seu processo pode ser melhorado, o que permitirá soluções muito mais adequadas, visualizando todos os possíveis gargalos. (...) Com a IoT, o gerenciamento da cadeia de suprimentos tende a se tornar mais orientado por dados. O rastreamento de ativos pode ser aumentado com sensores GPS e RFID que podem rastrear mercadorias do chão para a loja. Em qualquer ocasião, os fabricantes podem fazer uso dos sensores para acessar dados que compreendem temperatura, condições de armazenamento, tempo gasto por um item na carga ou tempo levado por ele para voar para fora da prateleira.”⁴

“O Brasil já é o oitavo país do mundo no número de ataques cibernéticos associados à ‘internet das coisas’ – basicamente, o conceito vale para qualquer dispositivo de uso cotidiano conectado por rede, desde carros autômatos até eletrodomésticos inteligentes.”⁵