criptoartista s.2g.
Obra de arte digital (ilustração, pintura, fotografia, música, etc.) assinada pelo artista por meio de um código único registrado em plataforma blockchain, que garante seu caráter autêntico e exclusivo.
[O comprador de uma criptoarte adquire o certificado de autenticidade do objeto digital (NFT, sigla em inglês para token não fungível), numa transação em criptomoeda.]
“NFT – em português Token Não Fungível – ainda é um mistério para você? Explicação rápida: na web, uma obra de arte pode ser replicada infinitas vezes, certo? Para garantir que o artista será recompensado por sua criação, a obra é associada a um código único. Desta forma, o artista garante que o comprador de cada token será o verdadeiro proprietário da versão original da obra. A partir da tecnologia blockchain, todas as transações envolvendo a peça de arte são rastreáveis. Ilustrações, pinturas, fotografias, músicas ou até mesmo gifs e memes podem ser transformados em criptoarte. As operações financeiras não são em dólar, real ou euro, mas em criptomoeda.”1
“Em dezembro, o designer gráfico americano Beeple – até então desconhecido no cenário internacional – vendeu uma coleção de imagens digitais por US$ 3,5 milhões (R$ 19,6 milhões). Foi um espanto. Nem ele soube explicar. No início de março, um colecionador de Miami faturou US$ 6,6 milhões (R$ 37 milhões) ao revender um vídeo de Beeple de apenas dez segundos. Não parou por aí. Na semana passada, o americano da Carolina do Sul superou todas as expectativas da bicentenária Christie’s: sua peça ‘Everyday – The first 500 days’ foi leiloada por US$ 69 milhões (R$ 391 milhões). A colagem virtual só pode ser medida em pixels (21,069 x 21,069), e foi vendida em forma de NFT (token não fungível, na sigla em inglês) para um comprador de codinome MetaKovan, que investe em obras tokenizadas. Confuso? Bem-vindos ao mundo da criptoarte, um terremoto global que já faz tremer também o mercado brasileiro.”2
“– É apenas a ponta do iceberg – confirma o canadense Trevor Jones, ele próprio um expoente da criptoarte, que em fevereiro vendeu 4.157 edições digitais da sua obra ‘Bitcoin Angel’. Em sete minutos, Jones juntou US$ 3,2 milhões (R$ 18 milhões). O que os compradores levam não são peças que possam ser penduradas na parede. Eles adquirem um NFT – certificado de autenticidade de um objeto digital, um vídeo, um gif, um áudio ou, como no caso de Beeple, um jpg que reúne imagens postadas pelo autor desde 2007. Os itens virtuais continuam na rede, mas passam a ter um único dono, graças a uma tecnologia de registro distribuído, ou blockchain, outra palavra essencial do sempre mutante dicionário da era digital. O NFT é uma assinatura única para comprovar que aquela peça é autêntica e escassa. O certificado não pode ser copiado, mas tem alta liquidez.”3
“Pela primeira vez em 11 edições, a ArtRio terá um estande de criptoarte: a Metaverse Agency, galeria brasileira focada no segmento de arte digital. Monitores estarão exibindo obras de artistas nacionais e internacionais. Entre os escolhidos, os precursores da criptoarte no Brasil, Vamoss e Monica Rizzolli; Rejane Cantoni, referência em arte e tecnologia, criadora da primeira instalação em NFT brasileira; Paula Klien e Alexandre Rangel, com projetos de videoarte; o artista Adhemas, com diversos prêmios em Cannes e indicação ao Emmy; a estreia de dois artistas contemporâneos nessa nova mídia: Alexandre Murucci – escultor, cenógrafo premiado, diretor de arte – e Beto Gatti – que mistura pintura com fotografia –; os quadrinistas Mike Deodato – responsável pelos traços dos super-heróis mais populares como Hulk, Thor e Homem-Aranha – e Luke Ross – tem como principais trabalhos os quadrinhos ‘Spectacular Spider Man’ e ‘Justice League’ –, além do alemão Mario Klingemann – conhecido por seu trabalho envolvendo redes neurais, código e algoritmos e do espanhol Javier Arréz, pioneiro em criptoarte e ganhador da Bienal de Arte de Londres.”4
“A criptoarte veio para revolucionar a maneira com que a arte em geral é consumida. Pouco tempo atrás, seria difícil imaginar que uma imagem digital pudesse ser vendida por milhões de dólares. Hoje, casas de leilões famosas mundialmente, por onde já passaram obras de grandes artistas, já promovem a venda de obras inteiramente virtuais em valores astronômicos. Alguns museus não ficaram para trás, e também já contam em seus acervos com obras originais digitais. A verdade é que a criptoarte já entrou na mira de colecionadores, ricos investidores e do público entusiasta. Quer entender melhor? Criptoartes são do tipo NFT, ou token não fungível, o que significa que cada obra é associada a um certificado de autenticidade único e imutável que garante a exclusividade deste item. E por mais que cópias da obra possam circular pela internet, somente uma é a original. É algo parecido com o que ocorre com obras de arte consagradas. Por mais que existam várias cópias, a original é única!”5
“[Fabiano] Nagamatsu contou ao Midiamax que a criptoarte é um mercado bem atrativo para colecionadores e investidores que buscam ativos digitais exclusivos, ou seja, que ninguém mais no mundo vai ter. ‘Na prática, qualquer pessoa pode entrar em uma plataforma de NFT para criar ou adquirir um. Por exemplo, posso criar um NFT para uma composição musical, dando a ela uma certificação de autenticidade. Outro exemplo, é que posso vender ou leiloar uma obra artística e quem adquirir será o único dono e, se quiser, poderá até ganhar royalties [quantia paga por alguém a um proprietário pelo direito de uso, exploração e comercialização de um bem] sobre a exposição posterior da obra digital. Um outro exemplo é adquirir um NFT de algo apostando na sua valorização no mercado, devido à escassez’, exemplifica Fabiano.”6
1 CAPOBIANCO, Marcela. Sabe o que é criptoarte? Estande na ArtRio vai explicar, na prática. Veja Rio, 7 set. 2021. Programe-se. Disponível em: https://vejario.abril.com.br/programe-se/criptoarte-artrio/. Acesso em: 7 jul. 2022.
2 SARMENTO, Claudia. O que é NFT, o certificado digital que já movimenta milhões no mercado das artes. O Globo, 22 nov. 2021. Cultura. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/o-que-nft-certificado-digital-que-ja-mo.... Acesso em: 7 jul. 2022.
3 Idem, ibidem.
4 REDAÇÃO CADERNO B. Criptoarte será apresentada pela primeira vez na ArtRio. Jornal do Brasil, 17 ago. 2021. Caderno B. Disponível em: https://www.jb.com.br/cadernob/2021/08/1032241-criptoarte-sera-apresenta.... Acesso em: 7 jul. 2022.
5 REDAÇÃO RG. A revolução da criptoarte e seu impacto no consumo e no mercado da arte. RG, 8 fev. 2022. Cultura. Disponível em: https://siterg.uol.com.br/cultura/2022/02/08/a-revolucao-da-criptoarte-e.... Acesso em: 7 jul. 2022.
6 RABELO, Nathália. Midiamax, 22 jul. 2021. Arte do futuro, criptoarte começa a dar as caras em MS após força no cenário mundial. MidiaMAIS. Disponível em: https://midiamax.uol.com.br/midiamais/2021/arte-do-futuro-criptoarte-com.... Acesso em: 7 jul. 2022.