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caminhabilidade

Classe gramatical: 
s.f.
Palavras relacionadas: 

caminhável adj.2g.

Definição: 

Atributo de ambiente adequado ou próprio para o deslocamento a pé; qualidade de lugar (rua, bairro, cidade, etc.) caminhável, que se caracteriza especialmente pela segurança no trajeto a pé (acessibilidade, sinalização, policiamento), sua utilidade (locais úteis a que se consegue chegar andando, como comércio essencial, centros médicos, escolas, restaurantes, espaços culturais), atratividade e conforto (áreas verdes e de lazer, espaços de sombra e descanso).

Exemplos de uso: 

“Em pesquisa inédita, ‘Viver em São Paulo: Pedestre’, divulgada durante a Semana do Caminhar 2019 – realizada pelo Ibope e Rede Nossa São Paulo com colaboração das organizações SampaPé!, Cidade a pé, Cidade Ativa, Corrida Amiga e Pé de Igualdade –, revelou-se a perspectiva da ‘utilidade’ na análise da caminhabilidade na cidade – algo que nunca antes havia sido explorado. Para explorar a utilidade da caminhada na cidade a pesquisa perguntou o que as pessoas conseguem acessar a 15 minutos a pé de suas casas e para onde vão exclusivamente a pé. Tendo como alternativas desde comércio, como padarias, mercado, farmácia; equipamentos, como delegacia, posto de saúde e espaços culturais; trabalho e estudo; até acesso a outros transportes de massa, como estação de trem e metrô ou ponto de ônibus.”1

“Assim, a caminhabilidade deve proporcionar uma motivação para induzir mais pessoas a adotar o caminhar como forma de deslocamento efetiva, restabelecendo suas relações interdependentes com as ruas e os bairros. E, para tanto, deve comprometer recursos visando à reestruturação da infraestrutura física (passeios adequados e atrativos ao pedestre) e social, tão necessárias à vida humana e à ecologia das comunidades.”2

“Além dos trabalhos relacionados com indicadores da caminhabilidade (...), podemos citar outros tantos autores, que tratam de temas correlatos, como o recente trabalho titulado ‘La ciudad paseable’9, com casos estudados de análises da caminhabilidade urbana em cidades espanholas bem como os trabalhos do dinamarquês Jan Gehl10, ou ainda um singelo artigo do professor e consultor técnico Philip Antony Gold chamado ‘Melhorando as Condições de Caminhada em Calçadas’, entre tantos outros.”3

“Segundo o The Community Builders, organização norte-americana que se dedica à criação de comunidades melhores para se viver, as áreas caminháveis devem ser compostas por três características: acesso físico e infraestrutura, locais para frequentar e proximidade. Mas, para que a caminhabilidade funcione, todos os fatores devem estar em equilíbrio. Por isso, é necessário estar atento a alguns aspectos que podem interferir, como sensação de segurança, presença de outras pessoas, limpeza das ruas, poluição visual e sonora e atratividade da vizinhança. Inclusive, um estudo realizado pelo pesquisador Karl Kim com pedestres no Havaí apontou que um terço da variação no volume de pedestres nas ruas pode ser atribuído à qualidade do ambiente urbano.”4

“Estamos falando de caminhabilidade, um conceito que leva em conta, principalmente, a acessibilidade no ambiente urbano e mensura a facilidade que as pessoas têm de se deslocar na cidade. Os índices de caminhabilidade vão influenciar diretamente a predisposição que os cidadãos têm ou teriam para caminhar em determinados locais. O primeiro ponto a ser observado é a possibilidade de acessar, caminhando, áreas de lazer, comércio e entretenimento, como parques, lojas, restaurantes, museus, entre outras atividades sociais e culturais que as cidades oferecem. Em um segundo momento, analisam-se as condições do caminho que precisa ser percorrido até o destino. Nesse sentido, a percepção que temos do ato de caminhar – nossa predisposição para optar por essa forma de deslocamento em detrimento de outras – também está intimamente ligada à qualidade das calçadas. (...) Repensar a forma como nos deslocamos, mais do que uma tendência, tem se tornado uma diretriz de planejamento urbano em grandes cidades do mundo. Amsterdã, Copenhague, Helsinque, Zurique e Hamburgo são exemplos de cidades que trabalham nessa direção.”5

“O estudo da caminhabilidade não é apenas um processo cujo objetivo é descobrir o que está certo ou errado na dinâmica de circulação de pedestres ou no desenho urbano de um determinado local. Trata-se, na verdade, de uma investigação sobre o motivo pelo qual as pessoas caminham ou deixam de caminhar em determinados lugares da cidade. Atualmente, existem diversos métodos para o estudo da caminhabilidade. Assim, o desafio é interpretar dados objetivos e subjetivos, para que se entenda como a cidade afeta as pessoas através dos meios físicos e psicológicos, tais como percepção de segurança, sensações e percepções da população sobre determinados percursos de um determinado perímetro na cidade.”6

 

1 SABINO, Letícia. Melhorar a caminhabilidade garante oportunidades e acesso a serviços. Carta Capital, 6 set. 2019. Blog. SampaPé! Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/blogs/sampape/melhorar-a-caminhabilidade.... Acesso em: 3 ago. 2021.

2 GHIDINI, Roberto. A caminhabilidade: medida urbana sustentável. Estudo. In: Mobilize Brasil – 10 anos, 2010. Disponível em: https://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/a-caminhabilidade-medida-ur.... Acesso em: 3 ago. 2021.

3 Idemibidem.

4 SUMMIT MOBILIDADE URBANA 2021. Caminhabilidade: entenda o que é e seus maiores desafios. Estadão, 14 nov. 2019. Summit Mobilidade Urbana. Notícias. Disponível em: https://summitmobilidade.estadao.com.br/guia-do-transporte-urbano/caminh.... Acesso em: 3 ago. 2021.

5 CACCIA, Lara; PACHECO, Priscila. 5 exemplos de caminhabilidade. Wri Brasil, 2 out. 2019. Disponível em: https://wribrasil.org.br/pt/blog/2019/10/5-exemplos-de-caminhabilidade. Acesso em: 3 ago. 2021.

6 PAIVA, Lincoln. Urbanismo caminhável: a caminhabilidade como prática para a construção de lugares. 2017. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE), São Paulo, 2017. Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/3400. Acesso em: 3 ago. 2021.

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