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bioterrorismo

Classe gramatical: 
s.m.
Palavras relacionadas: 

bioterrorista adj.2g. s.2g. (ataques bioterroristas)

Definição: 

1. Tipo de terrorismo que se utiliza da disseminação intencional de agentes biológicos, como bactérias e vírus, facilmente transmissíveis, capazes de causar doença ou morte em seres humanos, animais e plantas, geralmente infundindo medo, ansiedade e insegurança na população; terrorismo biológico.

2. Ato ou conduta, ligados a determinada convicção ou ideologia, que colocam em risco a saúde pública por contribuírem para a propagação de doença contagiosa.

Exemplos de uso: 

“Neste momento o centro de gravidade da atuação negacionista situa-se no terreno da vacinação. As imagens chocantes que nos chegaram da vandalização do Centro de Vacinação da Azambuja e do grupo de arruaceiros a insultar o vice-almirante Gouveia de Melo ilustra o upgrade de uma estratégia que extrapolou as fronteiras da desinformação propalada nas redes sociais para se situar no plano da violência terrorista. O apelo às ações violentas contra a campanha de vacinação em curso constitui o mote dos sites negacionistas portugueses, onde é notória a ligação destes grupos à extrema-direita, uma ligação já denunciada no Relatório Anual de Segurança Interna de 2020. O nosso Estado de Direito tem sido no mínimo moderado na criminalização da atuação negacionista, limitando-se à aplicação de multas e acusações por Crime de Desobediência (CP, artigo 348.º). Estando em causa a Saúde Pública e uma atuação deliberada de propagação de doença contagiosa, porque razão é que o Ministério Público não invoca o Crime de Propagação de Doença Contagiosa contemplado no artigo 283.º do CP: ‘Quem propagar doença contagiosa….. e criar deste modo perigo para a vida ou perigo grave para a integridade física de outrem é punido com pena de prisão de um a oito anos’? Crime esse que se enquadra na definição de bioterrorismo.”1

 “Além disso, o relatório [da OMS] destaca três novas ameaças para a saúde surgidas no século XXI: o bioterrorismo, a aparição da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa) e a poluição com resíduos químicos tóxicos. ‘A Sars, primeira doença a surgir neste século, confirmou o temor, gerado pela ameaça bioterrorista, de que um agente patogênico novo ou pouco comum possa ter profundas repercussões na saúde pública e na segurança econômica em escala internacional’, afirma o relatório. A OMS diz que seria muito ‘ingênuo’ e um ‘excesso de confiança supor que não surgirá, mais cedo ou mais tarde, outra doença como a aids, a febre hemorrágica do Ebola ou a Sars’. ‘Se surgir um vírus pandêmico plenamente transmissível, não será possível evitar a propagação da doença, que afetaria aproximadamente 25% da população mundial’, acrescenta o texto. ‘Os cientistas concordam que o risco de uma pandemia continua. A questão não é se esta surgirá, mas quando’, enfatiza o relatório.”2

“Apesar de ser um termo novo, o bioterrorismo é apontado como uma prática já adotada há muito tempo por diferentes povos. Estudos recentes datam do século XV a.C. o primeiro ato de bioterrorismo, com a introdução de cepas de antraz no Egito, causando a morte do próprio faraó e sendo descrita na Bíblia como a quinta praga. No século XVI, com a chegada dos espanhóis ao México houve alta mortalidade da população indígena local após contrair a varíola, doença trazida por eles ao continente americano. Os espanhóis utilizaram-se disso para dizimar a população local, abandonando objetos contaminados ou oferecendo-os como presente aos índios.”3

“O número de mortes indiscriminadas e a falta de controle sobre os agentes biológicos disseminados no ambiente são os principais instrumentos do bioterrorismo. Assim, os agentes biológicos têm sido utilizados pelo homem tanto em operações de guerra biológica quanto em eventos de bioterrorismo.”4

“Quando a varíola e sua prevenção vacinal pareciam destinadas a serem incluídas somente nos textos de história da medicina, a ameaça do emprego do vírus causador da doença como arma de bioterrorismo trouxe novamente à tona o interesse pelo assunto, em particular para as novas gerações, que iniciaram sua prática clínica após a erradicação dessa patologia.”5

“O antraz é uma ameaça de bioterrorismo em potencial, porque os esporos são resistentes à destruição e podem ser transmitidos pela liberação no ar.”6

“Maurizio Barbeschi acrescentou que proteger os estádios e todo o sistema de saúde de Londres também é prioridade. A OMS não trabalha apenas com riscos de doenças virais, mas também com a possibilidade de bioterrorismo. Segundo a agência, poderia haver contaminação na água, na comida e uso de materiais químicos.”7

“O secretário-geral da ONU ressaltou que o novo coronavírus expôs fragilidades que estão sendo aproveitadas por grupos para promover ataques cibernéticos, bioterrorismo e abusar da tecnologia digital na execução de crimes. Ele lembrou que a pandemia está causando uma série de transtornos à economia, aos sistemas de saúde e outros serviços. Para Guterres, ainda é cedo para avaliar o impacto da Covid-19, mas que já sabe que grupos terroristas como Isil, Al Qaeda e associados, assim como agremiações supremacistas, nazistas e de grupos de ódio tentam explorar divisões, conflitos locais e falhas do governo para se afirmarem.”8

“O chefe da ONU destacou que a Covid-19 expôs vulnerabilidades e ‘formas novas e emergentes de terrorismo, como bioterrorismo e ataques cibernéticos em infraestruturas críticas’. Em julho, na Semana Virtual de Contraterrorismo, a ONU e os países se comprometeram a combater o terrorismo e o extremismo violento.”9

 

1 ABREU, Pedro. Negacionismo da covid-19, terrorismo e bioterrorismo. Público, 18 ago. 2021. Opinião. Disponível em: https://www.publico.pt/2021/08/18/opiniao/opiniao/negacionismo-covid19-t.... Acesso em: 18 ago. 2021.

2 EFE. Aviões podem causar pandemias mundiais. G1, 22 ago. 2007. Ciência e Saúde. Medicina. Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL92279-5603,00.html. Acesso em: 18 ago. 2021.

3 BRANCALLEÃO, Nathalia. Você já ouviu falar de bioterrorismo? Ciência Informativa, 26 fev. 2015. Disponível em: https://cienciainformativa.com.br/pt_BR/voce-ja-ouviu-falar-de-bioterror.... Acesso em: 17 out. 2020.

4 CARDOSO, Dora Rambauske; CARDOSO, Thelma Abdalla de Oliveira. Bioterrorismo: dados de uma história recente de riscos e incertezas. Ciência e saúde coletiva, vol. 16, supl. 1. Rio de Janeiro, 2011. SciELO Public Health. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000700013. Acesso em 17 out. 2020.

5 LEVI, Guido Carlos; KALLÁS, Esper Georges. Varíola, sua prevenção vacinal e ameaça como agente de bioterrorismo. Rev Assoc Med Bras 2002; 48(4): 357-62. Artigo de revisão. Serviço de Moléstias Infecciosas Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Laboratório de Imunologia – Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Esper_Kallas/publication/10921499_S.... Acesso em: 17 out. 2020.

6 MEDICSUPPLY. Tratamento de antraz inalatório – Anthim. FDA aprova novo tratamento de antraz inalatório. Medicsupply assessorando vidas, 21 mar. 2016. Disponível em: https://medicsupply.net/tratamento-de-antraz-inalatorio/. Acesso em: 17 out. 2020.

7  ONU – Organização das Nações Unidas. OMS alerta para riscos de contaminação nas Olimpíadas. ONU News, 27 jul. 2012. Notícias. Disponível em: https://news.un.org/pt/audio/2012/07/1039611. Acesso em: 14 nov. 2020.

8 ONU – Organização das Nações Unidas. Ataques cibernéticos e bioterrorismo se aproveitam de fragilidades geradas por pandemia. ONU News, 6 jul. 2020. Assuntos da ONU. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2020/07/1719211. Acesso em: 14 nov. 2020.

9  ONU – Organização das Nações Unidas. ONU diz que pandemia aumentou casos de radicalização e apoio ao terrorismo. ONU News, 2 set. 2020. Paz e segurança. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2020/09/1725012. Acesso em: 14 nov. 2020.

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