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Morte na China

 

Anunciar que morreram quase 10 mil chineses por conseqüência de um terrível terremoto não é assustador, pois a China tem uma população várias vezes superior a 10 mil habitantes. Terremotos como o que assustou a nós, paulistanos, há pouco tempo, são insignificantes para o grande Império do Meio , embora seja difícil aceitar a morte de quase 10 mil pessoas daquele formigueiro humano que é a China. Não há solução para os tremores de terra, pois cada tremor consome apenas alguns minutos, o suficiente para abalar grandes construções e grandes aglomerações.


Tivemos em São Paulo um exemplo que bastou para alarmar os moradores de várias regiões, principalmente da Paulista, muito querida pelos seus moradores. Sobre terremotos não podemos culpar ninguém, pois se trata de um abalo sísmico que vem para tirar o sossego dos habitantes da superfície.


Não há o que fazer para impedi-los, ou, por exemplo, impedir as lavas fumegantes. Na Itália, já foram tomadas providências para desviá-las após tremores que causaram a perda de tesouros artísticos insubstituíveis n'algumas cidades históricas.


Esse terremoto na China alcançou 7,8 graus na Escala Richter. Segundo jornais que aqui circulam, o tremor foi um dos maiores em 32 anos e foi sentido em Pequim, que fica a 1.500 km do epicentro, a cidade de Sichuan; foi sentido até no Vietnã e na Tailândia.


Além de quase 10 mil civis mortos, há também a lamentar na China o desabamento de vários imóveis, que não resistiram ao abalo sísmico, como também o desabamento de escolas.


Para um país, a perda de quase 10 mil filhos, todos ocupados na indústria que se desenvolve num ritmo veloz, não poderá ser substituída de pronto.


O terremoto que atingiu São Paulo - que não podemos comparar com o terremoto da China - assustou os paulistas, que não contavam com o tremor, que poderá se repetir sem aviso prévio e em escala muito maior. Os japoneses também já passaram muitas vezes pela terrível experiência de terremotos, que abalaram grandes edifícios em Tóquio, Osaka ou Kobe, levando-os a criar uma defesa anti-terremoto para proteger as edificações. São experiências lamentáveis, com repercussões desastrosas, que não podem ser enfrentadas senão por providências de alta tecnológicas.


Diário do Comércio (SP) 14/5/2008