Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Entendimento cordial

Entendimento cordial

 

No período entre a Primeira Guerra Mundial, em 1914, e a Segunda Guerra, em 1939, comentou-se muito nas chancelarias européias - com adesão dos EUA - a Enténte Cordiale , para que se evitasse uma nova hecatombe, acarretando mudanças insuspeitas em todos os pensadores políticos, alguns deles de muito renome nos círculos literários. Findou a Enténte Cordiale na Europa com a vitória de Adolf Hitler e do Nacional Socialismo Alemão , que pôs fim a todos os entendimentos para evitar a guerra, pois seu plano era fazer, exatamente, a guerra total.


Esse Acordo Cordial , que ressurge na América Latina, trouxe a senhora Cristina Kirchner, esposa do presidente argentino e futura sucessora do marido, que pôs o seu charme a serviço de seu país. Trata-se de uma quebra da velha Questão do Prata em que se manifestaram as rivalidades dos dois maiores países do continente. A senhora Kirchner, que representa muito bem a Argentina, rompeu com os anos fechados de seu país, principalmente com o peronismo totalitário dominando a política portenha, as suas classes trabalhadoras e muitos políticos eleitoreiros.


O acordo cordial de agora começa com a vinda da senhora Kirchner à Brasília, onde foi recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem conversou a respeito dos interesses dos dois países, interesses comuns que merecem ser estudados e encarados pelos presidentes, como colaboração para um efetivo erguimento de relações entre os dois países. A Argentina é uma grande nação e do Brasil dizemos o mesmo. Uma e outra nação gravitam para a situação de serem grandes potências em pouco tempo, pelas tradições culturais e pelo sistema político que adotaram e pelo culto à democracia. Cremos que a visita da senhora Kirchner, e a receptividade com que a saudou o presidente Lula, fortalecerão o Mercosul, que poderá voltar corporificado em situações econômicas favoráveis ao desenvolvimento dos dois países e de suas colaborações com os demais países do continente.


O Acordo Cordial é uma bela ressurreição da Enténte , que não vai provocar guerras; ao contrário, trará a colaboração entre nações para o desenvolvimento, visando os povos que já sofreram tanto no passado, com guerras intermináveis, declaradas por motivos fúteis.


Diário do Comércio (SP) 10/10/2007

Diário do Comércio (SP), 10/10/2007