Leio que os bancos centrais se organizaram globalmente para socorrer o banco central americano e assegurar-lhe recursos extras, impedindo assim que se alastre a crise deflagrada nos EUA e até hoje não controlada.
Lembram-se os leitores que citamos a opinião do economista Nuno Câmara de que o Brasil não seria atingido pela crise mas, infelizmente, a verdade é que estamos sendo atingindos, com repercussões nos preços do mercado interno e também nas matérias-primas importadas.
Isso vem confirmar o que temos escrito, que hoje em dia as crises não são mais nacionais mas internacionais, e quando menos se espera uma crise americana atinge o mundo, assim como uma crise brasileira - a da febre aftosa, por exemplo - também pode atingir a Rússia ou outros países-clientes. Isso acentua que o mundo ficou pequeno.
A crise dos EUA atingiu principalmente o mercado imobiliário americano, a ponto de desviar para o Brasil o maior investidor em imóveis dos EUA, proprietário 1.219 apartamentos, que invadirá o mercado brasileiro com os seus conhecimentos e sua capacidade financeira.
Ainda não vemos no horizonte financeiro da Nação o perigo de crise no mercado imobiliário, que aqui está se saindo muito bem conforme provam as propagandas abundantes nos órgãos de comunicação, mas isso não quer dizer que a situação não possa sofrer uma reviravolta, caindo também sobre nós o peso da crise por que passam os EUA.
As decisões mundiais estão limitadas às grandes potências, que decidem situações financeiras e econômicas, com repercussões nos países mais longínquos e mais distantes dos grandes centros econômicos. Contudo, a decisão dos bancos centrais dos países poderosos - e mesmo de alguns agregados - vem em socorro da influência dos EUA. É nossa esperança que essa providência minore o medo da crise e de sua influência nas economias mais fracas e dependentes. É o que esperamos ler no noticiário especializado.
Diário do Comércio (SP) 12/9/2007