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A reeleição do presidente

 

O presidente Luiz Inácio da Lula da Silva informou urbi et orbi que não será candidato à nova reeleição. Conhecemos de sobra declarações idênticas a essa. No lançamento da próxima eleição, o presidente da República deveria se lembrar de uma frase de efeito de nosso primeiro Imperador, Dom Pedro I, que, instado a ficar e não partir para Lisboa, proclamou: Como é para o bem de todos e a felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico!


Não será por insucesso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queira ficar no poder. O poder cativa, dando ao mandatário a ilusão de que está fazendo mais do que os outros, quando está fazendo menos ou o mesmo, segundo as circunstâncias e o momento em que deve decidir. De Deodoro da Fonseca a Luiz Inácio da Lula da Silva tivemos numerosos presidentes, uns bons e enérgicos, outros fracos e débeis, e a Nação não parou. Ao contrário, continuou a sua marcha histórica, chegando a 180 milhões de habitantes, segundo o IBGE.


O Brasil é uma grande nação, com numerosos defeitos, inclusive desigualdades sociais gritantes em várias regiões do País. Ainda há dias publicamos comentário sobre o estado da saúde pública no Nordeste. No Centro-Oeste a febre aftosa ainda afeta o gado com prejuízos vultosos e no Norte a mortandade por falta de socorro médico ainda rouba vidas, tudo por gastarmos demais com o funcionalismo preguiçoso e numeroso.


O presidente, sendo oriundo de uma região pobre - o interior de Pernambuco -, e conseguindo um lugar para trabalhar em São Paulo, como torneiro mecânico, conhece bem a situação de miséria em que se encontra uma parte da população brasileira, cuja situação econômica já derivou para o nível da indigência, isso sem falarmos das favelas que se multiplicam de norte ao sul do País.


Só alteraremos essa situação desabonadora se realizarmos grandes obras e grandes programas sociais, já conhecidos e lembrados numerosas vezes.


Diário do Comércio (SP) 31/8/2007