O prêmio Nobel de Economia 2006, Edmund Phelps, critica numa entrevista veiculada por toda a imprensa as agências de risco, acentuando que esse fato fará surgir uma nova instituição. Temos dito e repetido neste espaço que a classificação de risco das empresas é muito subjetiva, dependendo do criador do risco, de seu estado de espírito e de sua psicologia pessoal, numa sociedade dinâmica, intensamente trabalhada por vários fatores incontroláveis, levando-nos a opinar sobre riscos de cotação financeira que não se assentam sobre bases legítimas e experimentadas.
O risco não é uma corrida contra a lua, mas uma ponderação sistemática, de acordo com os vários fatores que devem ser levados em conta na configuração geral da economia de um país. A velocidade dos meios de comunicação, divulgando boatos em lugar de notícias, pode se verificar com precisão matemática. Tudo contribui para o cálculo do risco, seguido pelos investidores que não têm seus próprios controles, como é o caso dos famosos capitalistas de alto bordo, cujos nomes pedimos licença para não mencionar, evitando esquecimentos.
A entrevista de Edmund Phelps sobre o risco-país desperta uma atenção que já tardava, pois a classificação dos riscos havia ficado em letargia, subindo e descendo segundo as circunstâncias, para levar à ruína ou à glória os investidores que confiam cegamente nos indicadores sem ter a quem recorrer no momento preciso. Phelps aproveitou a oportunidade para fazer uma advertência severa aos investidores apressados das grandes bolsas do mundo. Com isso, terá prestado um grande serviço aos investidores, evitando um novo colapso, como o que está ocorrendo no sistema financeiro americano.
Fica dito aqui o que se pensa a respeito dos riscos e das cautelas que é preciso ter nos investimentos que fazem a poupança e que empurram o desenvolvimento para frente.
Diário do Comércio (SP) 29/8/2007