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Uma telecom brasileira

 

O Brasil já teve uma grande telecom, sob a denominação de Telebrás , cuja subsidiária paulista, a Telesp , foi vendida à empresa espanhola Telefônica. Agora, leio estupefato que o governo da República pretende recriar uma telecom para entrar em grande estilo na era da publicidade. Tudo, como se vê, gastando verbas preciosas para o serviço social no Nordeste e no Norte do País, que vão sendo deixados para as calendas. Não se falará mais das suas necessidades, de suas populações abandonadas e na sua baixa situação social!


O Brasil já tem uma organização de comunicação e informação admiravelmente bem posta em funcionamento continuado, dando a impressão de que um organizador gigantesco tem aproveitado dos dons pessoais dos brasileiros para construir uma telecom grandiosa e bem informativa. Até hoje não tivemos uma telecom como pretende organizar o governo federal, fazendo parceria com a televisão, que o próprio governo pretende lançar.


As telecons ocupam um lugar singular entre as empresas de comunicação que os governos querem manter sob custódia, afim de dirigir a comunicação popular. Isso não é democrático. Sirvam-nos de exemplo os infalíveis EUA, onde foram organizadas as maiores cadeias de comunicação em caráter particular.


Não se justifica usar verbas altíssimas para manter uma telecom nacional, quando tantos problemas de ordem social aguardam decisões dos maiorais da política. Os países possuem um sistema de telecomunicação, geralmente sob tutela do Estado, e dão-se por satisfeitos, mas nós queremos mais do que isso.


Não vemos como uma telecom com capital oficial possa corresponder às necessidades do País, que deve se voltar para outros terrenos mais carentes e de atendimento mais urgente em suas necessidades.


É por esse motivo que fiquei estupefato com esta notícia da recriação de uma telecom oficial.


Diário do Comércio (SP) 10/8/2007