Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Piora tudo

Piora tudo

 

Ocorreu de tudo contra a administração pública, a técnica e o livre trânsito dos passageiros.


Tenho dito, nesta coluna, que o Brasil prescinde do transporte aéreo devido às longas distâncias do quase continente que geograficamente somos. Pois, exatamente, esse transporte aéreo foi interrompido com o terrível desastre da aviação comercial em Congonhas.


O transporte aéreo é complexo, pois os aviões exigem tratamento especial de terra, como seja a freqüência das verificações físicas dos aparelhos, a capacidade de voar e de obedecer a todos os comandos em vôo, nas aterrissagens e decolagens. Um aeroporto como o de Congonhas, reformado recentemente, deve estar provido de todas as exigências do transporte aéreo, inclusive, em primeiro lugar com a segurança dos passageiros e com o horário do transporte severamente obedecido. Não foi o que ocorreu em Congonhas.


Agora vem uma decisão inédita, a suspensão de vôos e a venda de passagens no aeroporto de Congonhas. Desde a sua construção - nos anos 30, na antiga rodovia Washington Luís - até hoje, nunca tínhamos assistido à proibição de vôos ali, apesar dos atrasos já estarem se tornando excessivamente enervantes, pela incapacidade da direção do aeroporto de pôr ordem nos vôos regulares, ficando todos irregulares.


Esse é um golpe terrível na economia nacional, que afeta o turismo e os simples vôos de recreio, que vão do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Agora, se verifica que é urgente a necessidade de uma aviação civil bem organizada. Não conheço e nunca ouvi dizer nada sobre uma aviação comercial enfrentando situação de crise como a que está passando a brasileira. Aqui, ocorreu de tudo contra a administração pública, a administração técnica, o livre trânsito dos passageiros e o turismo organizado.


Temos, portanto, uma aviação civil que não corresponde às necessidades de um grande país como o Brasil. É urgente que o governo da República aproveite a situação de crise para introduzir no seu universo os melhoramentos de que ele carece.


Diário do Comércio (SP) 1/8/2007