Os atletas brasileiros de todas as categorias carecem de incentivos para o esporte.
O jornalismo tem dessas singularidades. No momento em que se realizam os jogos do Pan ocorre o terrível desastre aéreo, que matou quase duzentas pessoas, e as atenções se voltaram para o aeroporto de Congonhas, na capital paulista. O assunto principal dos jornais (e dos meios de comunicação em geral) são as vítimas do acidente, enquanto as alegrias e as decepções dos jogos do Pan ficaram para outra ocasião. Estamos vivendo no mundo da comunicação e da informação. Mecanicamente, desde o amanhecer, procuramos saber as notícias do dia, que os jornais falados e escritos nos transmitem ininterruptamente.
Fiquemos, no entanto, com o Pan, enquanto neste mesmo jornal demos preferência às matérias relativas ao desastre da TAM.
Inicialmente nos surpreendemos com a ginástica olímpica, na qual vimos brilhar a ginasta Jade Barbosa, que levou a medalha de ouro na prova do salto. Em seguida, ficamos muito bem colocados em natação, com a atuação do nadador Thiago Pereira, de 21 anos, que se apresentou muito bem nas provas. Nos outros esportes não vamos mal, pois fizemos grandes progressos, à medida em que nos profissionalizamos.
Esse noticiário encanta os admiradores dos atletas e a nós também, brasileiros que somos, desejosos da vitória das nossas cores. As meninas que disputaram o handebol trouxeram outras medalhas de ouro, graças ao bom preparo físico, assim como o vôlei de praia feminino e masculino.
O Brasil está em 3º lugar no Pan, perdendo somente para os EUA, que ocupa o primeiro lugar, e Cuba, que ocupa o 2º lugar.
Apesar disso, a conclusão a que chegamos, pela leitura das reportagens sobre o Pan, nos convence que os atletas brasileiros de todas as categorias carecem de incentivos para o esporte, incentivo este que nos EUA e em Cuba recebem de seus governantes.
É isso o que tenho a dizer sobre nosso êxito neste Pan 2007.
Diário do Comércio (SP) 25/7/2007