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Desastre aéreo

 

Se não cuidarmos da aviação comercial, o desenvolvimento do País sofrerá as conseqüências desse abandono.


Deixei passar um dia para comentar sobre esse horrendo desastre aéreo, que causou a morte de mais de 190 pessoas, e não encontro outra manchete tão justa quanto a d'O Globo de ontem: Infraero, Anac, Decea, Cindacta, FAB... e não se sabe o que houve. O Ministério Público quer a interdição de Congonhas, mas para onde levar a massa de viajantes? E o que fazer se os muitos órgãos responsáveis pelo tráfego aéreo brasileiro não se resolvem a declinar onde estão as responsabilidades? No entanto, como disse no começo, foram mais de 190 mortos, registrados com luto e dor pelos parentes e amigos. Na semana passada um avião rodopiou na pista e agora o jato da TAM, infelizmente, atravessou uma avenida de tráfego intenso e acabou atingindo o depósito de cargas da própria companhia.


Já escrevi inúmeros artigos sobre o transporte aéreo brasileiro e as falhas que se repetem ano após ano, ministro após ministro, agência após agência e não se resolvem, principalmente as falhas de segurança de vôo que, como vimos, falhou nesse horrendo desastre.


O Brasil necessita de um transporte aéreo seguro, com aviões modernos e pessoal de terra muito bem treinado. Não tínhamos registrado, ainda, um desastre aéreo nas proporções do que ocorreu na terça-feira, com elevado número de mortes, todas irreparáveis.


Não abstraimos que o transporte aéreo, como o que formulou Salgado Filho, primeiro ministro da Aeronáutica, fosse causar tantos desastres aéreos, mas lembramos que em Congonhas já ocorreram outros desastres e, ao que saibamos, as providências que o casos requeriam não foram tomadas, sempre.


O transporte aéreo é necessário para uma extensão territorial como a brasileira e se não cuidarmos da aviação comercial, sofrerá as conseqüências desse abandono o desenvolvimento do País.


Fico por aqui, lamentando os mortos desse terrível desastre aéreo.


Diário do Comércio (SP) 20/7/2007