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Muçulmanos em chamas

 

O terreno de Maomé está pegando fogo. Uma das grandes religiões do mundo enfrenta crises de origem estrangeira e de origem interna. Temos o caso da Guerra do Iraque, criada pelo presidente americano George W. Bush (que procura sair sem perder o brio, o que é difícil).


O Paquistão está ameaçado de uma convulsão interna, fomentada pelo estrangeiro. A Palestina continua guerreando Israel numa guerra sem fim, apesar de todos os esforços despendidos pelas partes e pelos EUA. Em suma, o mundo está em guerra, não se vendo no Líbano - única nação cristã no Oriente Médio - uma paz que não é querida, nem desejada, porque a paz só se faz com a vitória absoluta das armas, a exemplo de 1945, ou por acordo entre os beligerantes, como já ocorreu várias vezes na História. Os apelos de paz chegam do mundo inteiro à ONU e não comovem as nações.


Daí brota uma pergunta da esperança dos menos informados: o mundo sabe só viver em guerra? Não sabe viver em paz, como viveu entre 1918 a 1939? Vieram as nações belicosas e a guerra recomeçou, como está ocorrendo no momento entre Israel e os palestinos.


Durante o período de paz entre 1918 e 1939, Francesco Nitti, primeiro-ministro (por várias vezes) do governo italiano, escreveu para o jornal O Estado de S. Paulo magistrais artigos sobre a política internacional, insistindo sempre no interesse pela paz,que ocupava todas as classes sociais, mas que não se firmava para abarcar a decisão unânime todos os povos, principalmente os mais fortes, como os EUA, Inglaterra, Alemanha, França e outros menores. Foi a época dos ditadores, que alimentaram divergências internas e externas em várias nações, pondo fim aos tratados assinados com pompa e esperança e logo desmanchados por minorias insatisfeitas.


Foi assim com Hitler, que acarretou perda considerável de riquezas culturais, iniciativas de grande valor, para voltarmos a estaca zero. Esta em que nos encontramos.


Diário do Comércio (SP) 19/7/2007