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Uma boa seleção

 

Não se trata da seleção brasileira de futebol. Nem muito menos a de voleibol. O que cumpre destacar é o formato adotado pela Escola Sesc de Ensino Médio/RJ, sob a direção da professora Claúdia Fadel, para escolha dos profissionais que nela trabalharão, a partir de 2008. Então, cerca de 60 professores, de todas as disciplinas oficiais, num inédito concurso nacional, em que o único pistolão é o mérito dos candidatos.


Houve mais de 3 mil inscritos. Depois do exame cuidadoso dos currículos dos candidatos, sobraram 1.200. Então, os examinadores, todos mestres escolados, começaram a atuar na chamada “operação pente fino”, para chegar a 120 finalistas.


Foram dadas aulas no SESC/DN (Barra da Tijuca), para uma banca bastante exigente. E depois houve as entrevistas pessoais.


O que está em jogo é não somente a capacidade dos professores, no domínio das suas respectivas matérias, mas a possibilidade de aprovação às exigências da escola: residência no local, para a plena garantia de uma assistência educacional completa.


Serão 500 alunos quando houver as três séries previstas do ensino médio, com uma particularidade que arrancou aplausos dos alunos que conosco estiveram na conferência “Educação brasileira: só promessas”, no auditório do Senac/Santo Amaro (SP). Houve um silêncio na platéia, depois muitos comentários, quando foi anunciado que só haverá, nessa experiência-piloto, até 15 alunos por sala. Uma experiência inédita no país.


Compreendemos que nem todas as nossas escolas poderão alcançar esse resultado. Ainda mais aquelas que estão longe dos ideais do tempo integral e da dedicação exclusiva dos seus professores e especialistas.


Voltemos ao processo de seleção da ESEM. Os candidatos, além de demonstrar competência (pudemos acompanhar uma parte do processo), deveriam manifestar a sua concordância em residir no campus e oferecer um mínimo de 44 horas semanais de trabalho. Ou seja, viver da e para a escola.


Cada um deles participou da elaboração de um projeto interdisciplinar sobre tema sorteado na hora, com as seguintes e muito reveladoras preocupações para eventos de 2008: Ano Internacional do Planeta Terra, Olimpíadas de Pequim e Eleições Municipais no Brasil. O tema sorteado foi o primeiro deles.


Outro elemento decisivo, na seleção, foi a dinâmica de Estudo de Caso. Como a ESEM receberá alunos do Brasil inteiro (só 20 serão de São Paulo), é necessário saber lidar e conduzir a convivência das diferenças. Utilizou-se a internet, para serem observados em “situação de tensão”. Foram avaliados pontos essenciais, tais como a competência para argumentação em grupo, a flexibilidade ou rigidez do candidato, o seu limite de tolerância, as atitudes para incluir ou excluir outros participantes, características relacionais, estilo de liderança e os valores éticos que norteiam seu modo de agir e de pensar.


Realiza-se na ESEM uma boa seleção de recursos humanos assegurando futuro promissor ao grande e modelar empreendimento.


Jornal do Commercio (RJ) 11/7/2007