O Mercosul irá a falência se não for socorrido pelos presidentes do Brasil e da Argentina
Tiremos o chapéu – comprem-lo, se não tiverem um – para as autoridades financeiras, por não se terem deixado dominar pelo verbo barroco (com licença) de Hugo Chávez. O Brasil precisaria fazer uma grande quermesse política, social e econômica, antes que seja tarde e uma idéia merecedora de aplausos como a do Mercosul seja perdida. Se formos buscar exemplos de mercados comuns, não precisaremos fazer muito esforço, pois a União Européia está ao alcance de nossas mãos.
A idéia de José Sarney e Raul Alfonsin foi bem sucedida. Quando o Mercosul estava no início, o presidente Hugo Chávez poderia perfeitamente ter se interessado por esse maná econômico, para enriquecer ainda mais do que já enriqueceu ou fez enriquecer o seu país. O Mercosul caiu em decadência por um desses motivos que no continente americano não se sabe bem como foi que aconteceu, mas a realidade é que o Mercosul está capengando e irá a falência se não for socorrido pelos presidentes do Brasil e da Argentina, quer eles queiram, quer não, pois esse é um interesse nacional que impõe medidas enérgicas para a salvação de uma economia já em esparadrapo.
Os brasileiros, assim como os latino-americanos em geral, têm um exemplo onde mirar, que é a União Européia. Foi o grande De Gaulle que viu na antecessora da economia européia a salvação da economia frágil da Europa do pós-guerra. Assinado em Roma, o decreto que criou o mercado comum para seis nações em pouco tempo realizou a visão de seus idealizadores , que puseram-se a sorrir do sucesso de suas perspectivas e do futuro das nações, que se beneficiariam de um mercado comum de nações já ricas, mas com péssima distribuição de renda.
Sou pelo Mercosul, porque sou pelos mercados comuns que englobam várias nações.
Diário do Comércio (SP) 21/6/2007