Laços de família vêm de longas eras, existem e são imperativos. Está aí o caso de Lula e seu irmão.
A televisão já encontrou o tema e o explorou numa brilhante novela, que deu a medida do assunto, ainda disputado e que encontra adesões de grande expressão. É evidente que o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva merece consideração e por esse motivo pode abrir portas que não se abrem para outros mortais. Até mesmo compadres de Lula são objetos de inquérito da Polícia Federal. Imagine só, leitor, que segundo a manchete de um grande jornal paulistano informa, o compadre Dario Morelli Filho é considerado sócio do chefe da máfia que explorava caça-níqueis.
Os laços de família são força antiga e não há hipótese de que venham enfraquecer-se em seu vigor. Eu mesmo fui vítima de laços de família, nos velhos tempos da extinta TV Excelsior. Perdi-a e tudo continuou como dantes, tomei meu rumo e os donos da emissora logo perderam-na, num encontro de investidores e investidos. Fiquemos por aqui, portanto, louvando os laços que são duríssimos. Eu não teria espaço aqui para publicar todos os laços de família que prejudicaram homens públicos, seja por serem negados ou por serem aceitos. Passemos adiante.
Os laços de família vêm de longas eras, queiramos ou não; existem e são imperativos. Está aí o caso Lula para comprovar a minha afirmação: com todo o poderio que tem, o presidente não supera os laços de família, que seduzem famílias inteiras. Os laços de família podem arrastar para o precipício ou levar até à glória as opiniões mais desfavoráveis, mais concentradas no indivíduo objeto da investigação.
É o que tenho a dizer a respeito do choque da Polícia Federal com os patrocinadores do respeito aos laços de família.
Diário do Comércio (SP) 13/6/2007