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Greve na USP

 

A rigor, e em último caso, deve-se admitir greve na USP, de alunos contra professores. O sistema pedagógico obriga o bom entendimento entre estudantes e professores, mas não é o que estamos observando entre as categorias docente e discente da universidade. Os alunos da USP são portadores de diplomas altamente requisitados nos campos do trabalho e da pesquisa, e isso não permite interrupções prolongadas no campus universitário. Não é, no entanto, o que se verifica no campus da USP, há já alguns anos com greves seguidas e prolongadas paralisações , interrompendo, assim, o trabalho construtivo dos alunos de cursos superiores da mais alta categoria universitária.


Não entraremos na participação ideológica em greves prolongadas, mas voltaremos a esse assunto assim que oportuno e esperamos dar provas de que a ideologia está presente na interrupção dos estudos universitários e dos entendimentos normais entre alunos e professores.


Será preciso dar à universidade o papel que ela desempenhou e vem desempenhando, desde que amparada na justa reivindicação, dirigida ao poder reitoral. Esse não é o caso atual da USP, pelo menos em grande parte, o que é lamentável, por se tratar da mais alta instituição universitária do Brasil. Mas não se deve cogitar em outras providências. A invasão policial da USP será um casus bellli. Tudo deve se realizar com paciência e tradição, no interesse mesmo da instituição universitária e dos alunos que ali se formam para servir à Nação.


Temos o maior respeito pela USP e por todas as universidades, e desejamos que seus dirigentes, bem como os líderes do corpo docente, cheguem a um entendimento civilizado e forrado de sapiência, visando o Brasil tão necessitado do trabalho e do tempo dos estudantes. É o que deve ser dito sobre a greve da USP neste momento.


Diário do Comércio (SP) 1/6/2007