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Por que os bingos?

 

Leio num dos jornais paulistanos que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu dar à União o poder de autorizar o funcionamento dos bingos. É lamentável. Os bingos podem, no máximo, criar alguns empregos e não facilitam o desenvolvimento das regiões onde funcionam. Bingo é jogo de azar e "come" a renda dos menos favorecidos, que ali procuram ganhar reforço orçamentário que os ajude a manter a casa.


Está em vigor, ainda, o decreto do presidente Dutra fulminando as casas de jogos espalhadas por todo o País. Mas, pouco a pouco foram voltando essas arapucas, a pretextos vários, entre eles o da criação de empregos, numa estatística que já demonstra a irrealidade econômica brasileira quanto à distorção dos empregos. O bingo não interessa ao Brasil, como não interessa, também, o jogo do bicho, que prolifera de alto à baixo no território nacional, sem serem incomodados os seus exploradores.


O jogo foi uma praga que se espalhou por todo o país e durante anos o seu funcionamento foi proibido pelo governo. Não se imagina a sua volta sob pretextos vários, entre eles o da valorização das regiões de turismo. Não interessa para nós trazer exemplos de outros países onde, no mínimo, o jogo fica adrede, em cidades escolhidas para receber os aparelhos da jogatina, com proibição severa de se oferecer jogos que esvaziam bolsas e carteiras, mesmo aquelas mais opulentas, por exigirem participação bem técnica em sua exploração das mesas de jogatina.


Dito isto, fiquemos ao menos com o poder de autorizar a concessão dos estabelecimentos que seduzem a juventude,que facilmente a levam para o vício extorsivo, somente em locais distantes das cidades operárias, das escolas secundárias, superiores, e outros.


É o que tenho a dizer sobre o jogo e sua exploração, inclusive nos bingos.


Diário do Comércio (SP) 4/6/2007