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A mãe de Silas

 

Já dediquei artigo anterior a Silas Rondeau. Neste artigo me dedico a homenagear a sua mãe. Pensem bem os leitores: uma senhora pacata, de 80 anos, ocupada com o lar e com sua família, resolve aconselhar seu filho, o ilustre ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, para que saísse da política e voltasse à vida particular, na qual ganhou nome e bem-estar. A senhora Rondeau usou o clássico instinto feminino e logo que assistiu à reportagem do Fantástico no último domingo tratou de ligar para o filho, aconselhando-o a deixar o cargo, que os dejetos políticos já haviam chegado a seu ministério. Transmitiu a Silas o seu conselho de mãe, exclusivamente interessada no destino dele. A mãe viu, apenas, o destino do filho em perigo e tratou logo de alertá-lo, para que ele tivesse mais uma opinião a seu favor e com ela abrisse caminho para o retorno à vida particular e aos seus negócios de técnico em mineração.


Quero chamar atenção sobre o papel representado pela mãe no episódio, aconselhando o filho a tomar uma decisão radical em sua vida, deixar um ministério para o qual se sentia capacitado, onde poderia dar uma contribuição valiosa ao governo que está se iniciando.


Ponho em destaque o papel da mãe por ter sido decisivo. São ações como essas que elevam a pessoa no pódio da celebridade ou do reconhecimento público. A mãe quis apenas salvar o filho, já engolfado nas misérias da política partidária brasileira. Evidentemente, a senhora Rondeau não sabia e não sabe nada de política, não tem contato com políticos e não freqüenta diretórios como outras senhoras fazem, mas sendo mãe e amando seu filho como é de seu dever e natureza, deu-lhe o único conselho que podia dar.


Fica aí a lição de uma mãe extremosa, que aos 80 anos usou a única arma que tinha para salvar seu filho, o conselho amoroso, que ele ouviu e obedeceu para o seu bem.


Diário do Comércio (SP) 25/5/2007