O estudo e a análise das religiões que nos vieram da África dispõem hoje de uma vasta biblioteca. Desde que, em 1905, Nina Rodrigues publicou seu livro "Africanos no Brasil", o assunto passou a ser discutido de vários ângulos, não só em livros de pessoas que freqüentam sessões de cultos afro-brasileiros, mas também no meio acadêmico, inclusive através de estudos de idiomas - como o iorubá, o grunsi, os da região banto, entre outros.
Livros escritos por pessoas do próprio culto ajudaram a mostrar aspectos da tradição africana existente em todo o Brasil. Assim, principalmente o Oluô Agenor Miranda, cujo livro sobre as tradições de Ketu no Brasil é dos melhores no tema.Deoscoredes Maximilliano dos Santos escreveu a história do "Axé Opô Afonjá" de Salvador, Bahia, cuja mãe-de-santo, sua própria mãe carnal, a Ialorixá Maria Bibiana do Espírito Santo, atraiu a presença de escritores e artistas para sua casa, dando-lhes títulos de Obás de Xangô, posições que foram ocupadas por Jorge Amado, Carybé, Mário Cravo, o autor deste texto e, numa festa especial, homenageou Jean-Paul Sartre, então em visita à Bahia. A atual ialorixá do Opô Afonjá, Stella de Oxossi, publicou também um livro, sobre seu Axé e compareceu, inclusive, a um seminário sobre Candomblé realizado em Londres.
Tribuna da Imprensa (RJ) 28/11/2006