Ainda repercute no Brasil o vandalismo praticado por membros e supostos membros do MLST-Movimento de Libertação dos Sem-Terra no Congresso Nacional, um ato de desrespeito ao Poder constituído e à representação do povo, para o qual foi instituído desde a fundação da Nação livre em 1822. Li que o presidente Lula já dotou o MLST de verbas que foram além de 5 milhões de reais. Apoiar a reforma agrária, como vem sendo praticada pelos governos da República, é plausível, mas apoiar baderneiros como os que foram fotografados e filmados no Congresso é reprovável.
Sei de sobra que o presidente não apoia baderna, mas cabe a seu governo atalhar a evolução do MLST para a luta extrema, que estuaria numa revolução que a Nação não deseja. De resto, dotações de verbas para esse movimento não devem ser decididas pelo poder supremo da República, porquanto ele não tem personalidade jurídica, a qual poderia se habilitar todo candidato a verbas do Erário federal.
É preciso lembrar que o dinheiro público é sagrado e deve ter um destino seguro, fora de dúvida e fora de suspeita, por ser dinheiro do contribuinte, na maioria pobre, que passa por dificuldades e que é suporte do peso de chumbo da tributação brasileira. É bom lembrar que o MLST é um movimento extremista, inspirado no revolucionário Che Guevara, seu nume tutelar, a partir do qual são ministradas lições aos menos informados do movimento. Sem dúvida,o MLST precisa de verbas para continuar agindo, mas essas verbas não podem sair do Erário se não para fins construtivos, pacíficos, educacionais, da saúde, e outros que se justifiquem pelo predomínio da idéia do bem comum.
Concluindo, verbas federais ou de outra procedência só podem ser destinadas quando juridicamente aprovadas pelo poder concedente.
Diario do Comercio (São Paulo) 13/06/2006